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Internacional

Agricultores franceses protestam contra acordo UE-Mercosul e pressionam governo

Agricultores franceses protestam contra acordo UE-Mercosul e pressionam governo

Agricultores da França entraram em greve e realizaram manifestações em diversas cidades nesta segunda-feira (18) para protestar contra o acordo comercial entre a União Europeia (UE) e o Mercosul. A mobilização foi convocada por organizações como a Fnsea (Federação Nacional dos Sindicatos dos Operadores Agrícolas) e os Jeunes Agriculteurs (Jovens Agricultores).

Preocupações com a concorrência e demandas setoriais

Os manifestantes alertam que o aumento das importações sul-americanas poderá prejudicar o setor agrícola francês, além de destacar a necessidade de apoio do governo às demandas do setor. Entre as reivindicações, estão:

  • Medidas de saúde pública para proteger a agricultura;
  • Apoio financeiro a produtores em dificuldades econômicas;
  • Redução da burocracia excessiva;
  • Políticas para valorizar o empreendedorismo agrícola;
  • Garantias para fortalecer a soberania alimentar da França.

O presidente dos Jeunes Agriculteurs, Pierrick Horel, criticou a lentidão nas ações governamentais e reforçou que “a raiva será expressa em mobilizações por todo o território”. Já Arnaud Rousseau, presidente da Fnsea, afirmou que a assinatura do acordo seria uma “catástrofe” para a agricultura europeia e pediu coerência nas políticas comerciais da UE.

Impactos do acordo UE-Mercosul

Se ratificado, o acordo reduzirá gradualmente as tarifas de importação entre os blocos, impactando diretamente o setor agrícola. A UE deverá zerar tarifas sobre 81,8% dos produtos agrícolas importados do Mercosul em 10 anos. Produtos como carne bovina, frango, açúcar e etanol terão cotas adicionais.

A França, no entanto, pode representar um obstáculo à implementação do acordo. O Parlamento francês precisará aprová-lo, e o presidente Emmanuel Macron, que já se posicionou contra o tratado, enfrenta forte pressão política e social para vetá-lo.

Significado político e econômico

O protesto coincide com a Cúpula do G20, no Rio de Janeiro, onde havia expectativa de que o acordo fosse assinado. No entanto, a assinatura foi adiada para dezembro, durante a cúpula do Mercosul em Montevidéu.

Além dos desafios econômicos, o governo francês está preocupado com questões ambientais, já que o acordo inclui novas exigências sobre desmatamento e práticas sustentáveis. O cenário reforça o dilema entre apoiar a integração comercial ou proteger os interesses nacionais e a agricultura local.

Fonte: Poder360