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Grãos

Clima favorece o plantio da soja

Até o momento, projeções são de tempo favorável à semeadura em Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul, os três maiores produtores

Clima favorece o plantio da soja

O início do plantio da safra de soja 2022/23 tem despertado otimismo nos principais Estados produtores do grão no país. Até o momento, o clima oferece boas perspectivas para os trabalhos de campo em Mato Grosso e Paraná, que já começaram a semear, e também no Rio Grande do Sul, que fará o plantio a partir do mês que vem.

Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), a semeadura chegou a 1,79% da área prevista, de 11,8 milhões de hectares, um recorde. O ritmo está um pouco mais acelerado que o do ano passado, quando o plantio havia ocorrido em 1,2%, e é superior também à média dos últimos cinco anos, de 0,25%.

“No ano passado, as chuvas chegaram mais cedo. O índice de lavouras plantadas é maior neste ciclo, mas especialmente em áreas irrigadas, e que, portanto, não necessitam umidade. Ainda assim, o avanço na semeadura é pautado pela boa perspectiva do clima nos próximos 30 dias, com previsão de até 150 milímetros de chuva em boa parte do Estado”, diz Monique Kempa, coordenadora de inteligência de mercado do Imea. O Estado prevê colher 41,5 milhões de toneladas de soja em 2022/23, um volume 1,62% maior que o da temporada passada – e recorde.

No Paraná, segundo maior produtor nacional de soja, o plantio já chegou a 6% da área, segundo o Departamento de Economia Rural do Estado (Deral). O clima favorável alimenta as estimativas de área de 5,7 milhões de hectares e colheita de 21,5 milhões de toneladas. Em ambos os casos, a projeção é de desempenho recorde.

Segundo Edmar Gervásio, analista do Deral, o Paraná pode colher até 23 milhões de toneladas. No entanto, a influência do fenômeno La Niña, que reduz o volume de chuvas no Sul do país, deve dificultar esse desempenho.

Pablo Nitsche, agrometeorologista do Instituto de Desenvolvimento Rural do Estado (IDR-Paraná), diz que para as próximas semanas, a previsão é para chuvas regulares nas áreas produtoras paranaenses. Ele ressalva, no entanto, que a ação do La Niña ainda pode alterar o regime de precipitações até o fim do plantio.

O Rio Grande do Sul vive também expectativa de safra recorde. A estimativa é de colheita de 20,5 milhões de toneladas, ou 124,4% a mais que no ciclo passado, em uma área de 6,5 milhões de hectares, 2,8% maior que a do último ciclo, de acordo com a Emater/RS.

“O fato animador desta safra é o clima. Até o momento, tudo indica que não teremos grandes dificuldades na semeadura, diferentemente do que ocorreu no ano passado, quando a seca atingiu grande parte do Estado e afetou a produção”, lembra Alencar Rugeri, diretor técnico da Emater/RS.