O Centro de Estudos do Agronegócio (FGV Agro) revisou para cima suas projeções de crescimento do setor em 2022, passando de 1,9% de expansão na produção agroindustrial para 2,2%, em relação a 2021. Os dados foram divulgados na pesquisa mensal da instituição.
Para que a expectativa se cumpra, o FGV Agro espera que a agroindústria cresça 6,6% no último trimestre do ano ante mesmo período de 2021, com o segmento de Produtos Alimentícios e Bebidas 5,6% maior e o de Não-Alimentícios com expansão de 7,7%. “As taxas de crescimentos esperadas são robustas, mas bem possíveis de ocorrer, uma vez que o último trimestre de 2021 foi marcado por fortes quedas na produção agroindustrial”, diz a entidade no relatório.
Segundo o estudo, a revisão é baseada nos resultados de setembro de 2022. No mês a agroindústria brasileira avançou 1,3% na sua produção física ante setembro de 2021. O avanço foi puxado, principalmente, pelo segmento de Produtos Não-Alimentícios, que registrou expansão de 2,6%. Dentro da categoria, insumos agropecuários foram responsáveis pelo crescimento de 22,8%, a expansão de defensivos agrícolas e desinfestantes ficou 57,7% maior e o avanço no ramo de tratores e máquinas impulsionou o segmento em 13,1%.
Até setembro, a expansão na produção industrial registra alta acumulada de 0,8% no ano e, desde março, a produção nacional não apresenta taxas de variações abaixo de zero, na comparação interanual. O resultado, segundo a instituição, reflete o melhor desempenho da produção de Produtos Alimentícios e Bebidas. O setor registrou, até setembro, uma alta de 1,4% no volume de produção do segmento.
O FVG Agro ressalta que os bons sinais de recuperação da agroindústria refletem o aquecimento do mercado interno e a redução de custos de produção, derivados da queda dos preços de combustíveis e energia elétrica, assim como a acomodação do preço de matérias-primas não-industriais em patamares inferiores. “É importante ressaltar que, no momento, ambos os segmentos da agroindústria (“Produtos Alimentícios e Bebidas” e “Produtos Não-Alimentícios”) já eliminaram as perdas do ano e passaram a operar fora do campo negativo”, afirma o relatório.
Apesar do otimismo, o documento pondera, no entanto, que a produção agroindustrial pode estar entrando em uma tendência de desaceleração. “Isso pode ser observado através da variação mensal (com ajuste sazonal), que voltou a registrar contração (de 1,2%), após dois meses sucessivos de estabilidade”, diz o estudo.