Na última terça-feira (14/09), a gigante do petróleo Chevron anunciou a intenção de triplicar os investimentos destinados em projetos que irá reduzir suas emissões e a desenvolver energia renovável menos contaminantes do que o petróleo, sem convencer os ativistas que exigem ações contundentes contra as mudanças climáticas. A petroleira prevê destinar 10 bilhões de dólares até 2028 para diminuir as emissões de carbono de suas operações, aumentar a produção de energias à base de fontes não fósseis e capturar o carbono.
A Chevron irá investir na mudança climática
O presidente do grupo, Mike Wirth, no começo de uma apresentação sobre a “transição energética” da Chevron, disse que a empresa pensa que a mudança climática é real e que a atividade humana, inclusive o uso de combustíveis fósseis, contribui para isso. “Pensamos que o futuro da energia passa pelas baixas emissões de carbono e temos a intenção de liderar” este setor, acrescentou.
Assim como sua concorrente, a ExxonMobil, os acionistas da Chevron pediram no fim de maio que a empresa reduzisse as emissões de gases de efeito estufa indiretas de seus produtos. O autor da petição comemorou “que a Chevron aceite por fim falar da transição energética” e “aumentar seus investimentos nas energias que emitem menos carbono”.
Os projetos que a petroleira irá investir
Os investimentos que a Chevron propõe, teoricamente uma média de 1,4 bilhão de dólares por ano, representam menos de 10% dos gastos que o grupo prevê desembolsar a cada ano para se desenvolver (15 a 17 bilhões de dólares de 2022 a 2025). A Chevron deseja consagrar 3 bilhões de dólares a projetos de captura e compensação de carbono, bem como US$ 3 bilhões aos combustíveis de origem não fóssil e ao gás natural renovável, procedente da decomposição de resíduos orgânicos.
A empresa também investir US$ 2 bilhões para produzir hidrogênio e US$ 2 bilhões para reduzir a intensidade de emissões de carbono em suas operações, ou seja, na relação entre suas emissões de CO2 e a produção da Chevron.
O grupo não tem previsto se lançar nas energias solares ou eólicas e tampouco se comprometeu, como a TotalEnergies e a BP, a alcançar a neutralidade de carbono até 2050. A Chevron prefere por enquanto se concentrar nesta década em reduzir suas emissões, enquanto espera a chegada de novas tecnologias e novas políticas que permitirão ir mais longe.