Três das quatro empresas do setor de frigorifico listadas em bolsa apresentaram crescimento do lucro neste terceiro trimestre de 2021.
A Marfrig registrou a maior alta do lucro no 3TRI21, a companhia teve um aumento de 148,7% no lucro.
Já a JBS apresentou um crescimento em todas as unidades de negócio, o que resultou em uma elevação do lucro de 142%.
A Minerva registrou o menor avanço da lucratividade no trimestre, alta de 24% na comparação anual.
Enquanto a BRF foi a única entre os frigoríficos a reportar prejuízo no terceiro trimestre. A dona da Sadia reverteu lucro líquido de R$ 219 milhões e teve prejuízo de R$ 277 milhões, decorrente do resultado financeiro, dada a atualização do valor justo da opção de venda relacionada à combinação de negócios da “put option” Banvit.
Marfrig registra resultado histórico
A Marfrig (MRFG3) registrou um lucro líquido de R$ 1,67 bilhão no balanço do 3TRI21, aumento de 148,7% na comparação ano a ano.
O Ebitda da Marfrig (MRFG3) somou R$ 4,73 bilhões no balanço do 3TRI21, elevação de 115,6% na comparação ano a ano. Segundo a companhia, esse foi o maior resultado histórico da Marfrig.
De acordo com a empresa, a histórica performance no trimestre é explicada pelo recorde da Operação América do Norte, que compensou a menor lucratividade da Operação América do Sul, pressionada pelo maior custo de matéria prima.
A receita líquida atingiu R$ 23,63 bilhões no período, uma elevação de 40,4% na comparação anual.
A Marfrig destacou que esse crescimento se deve ao maior volume de vendas e melhores preços em todas as operações, “reforçando o excelente momento de proteína bovina, que teve seu preço valorizado em todas as regiões do globo”.
O BTG elevou o preço alvo das ações da Marfrig de R$ 21,00 para R$ 27,00, o que reflete a visão de que as margens mais normalizadas irão gradualmente aparecer em 2022.
Apesar disso, o BTG permanece neutro já que os múltiplos parecem menos atraentes em comparação com o histórico com base em spreads normalizados.
JBS tem crescimento em todas as unidades de negócio
A JBS (JBSS3) reportou um lucro líquido de R$ 7,586 bilhões no terceiro trimestre de 2021 (3TRI21), incremento de 142% na comparação ano a ano.
No 3TRI21, a receita líquida da JBS (JBSS3) foi de R$ 92,62 bilhões, alta de 32,2% na comparação ano a ano.
Conforme a companhia, foi registrado um crescimento em reais em todas as unidades de negócio: Seara (+38,2%), JBS Brasil (+35,3%), JBS USA Bovinos (+34,2%), JBS USA Suínos (+42,2%), e PPC (+21%).
No terceiro trimestre, o Ebitda ajustado foi de R$ 13,92 bilhões, aumento de 11,4% na comparação ano a ano. A margem Ebitda foi de 15%.
A companhia aprovou o pagamento de dividendos intercalares no montante total de R$ 2,37 bilhões, correspondentes a R$ 1,00 por ação ordinária.
Conforme o BTG Pactual (BPAC11), o valuation da JBS ainda está descontado. Isso porque, segundo o banco, os múltiplos da JBS continuam a parecer razoáveis em relação ao histórico e aos pares, especialmente para uma empresa mais enxuta, com percepção de risco sendo reduzida e mais focada.
“A distribuição acelerada de caixa aos acionistas é uma vantagem em um setor que por muito tempo não conseguiu equilibrar crescimento e estrutura de capital. Continuamos com rating de Compra em relação a outras ações de proteína”, afirmam os analistas. O preço-alvo é de R$ 45.
Minerva: diversificação geográfica eleva lucro em 24%
A Minerva (BEEF3) reportou lucro líquido de R$ 72,4 milhões no terceiro trimestre de 2021. O valor representa um crescimento de 24% em relação ao mesmo período do ano passado.
De acordo com o relatório, a companhia atribui esse crescimento à diversificação geográfica, que permite arbitrar os mercados, reduzindo o risco e a volatilidade. Além disso, a diversificação proporciona o aumento da eficiência operacional e financeira, maximizando a rentabilidade.
No 3TRI21, o EBITDA consolidado da Minerva atingiu R$ 648,1 milhões, um aumento de 156,9% no comparativo anual. Enquanto a margem EBITDA foi de 8,8% no período.
A companhia encerrou o último trimestre com resultado financeiro negativo de R$ 464,0 milhões. Nesse sentido, o impacto da desvalorização do real frente ao dólar foi de R$ 119,3 milhões, e a rubrica “Outras Despesas” também apresentou resultado negativo, de R$ 61,8 milhões.
De acordo com o BTG, os resultados atestam a assertividade da mentalidade orientada para vendas e distribuição de produção diversificada da Minerva.
A alavancagem permanece em níveis confortáveis, os dividendos estão aparecendo e a pressão nas margens causada pela oferta limitada de gado no Brasil está sendo compensada pelas exportações em expansão para a Ásia (principalmente China) e para as Américas.
O valuation parece pouco exigente com um potencial positivo para as estimativas de curto prazo e deve continuar a ser um piso para o preço das ações.
Assim, o BTG permanece neutro para Minerva, com preço-teto de R$ 12.
BRF: prejuízo líquido de R$ 277 mi no 3TRI21
A BRF (BRFS3) registrou prejuízo líquido de R$ 277 milhões no terceiro trimestre de 2021 (3TRI21), revertendo lucro líquido de R$ 219 milhões em igual período de 2020.
De acordo com a empresa, o prejuízo apurado é principalmente decorrente do resultado financeiro, dada a atualização do valor justo da opção de venda relacionada à combinação de negócios da “put option” Banvit.
A BRF reportou Ebitda ajustado 3,9% maior no 3TRI21 no comparativo anual. O indicador saltou de R$ 1,317 bilhão para R$ 1,367 bilhão.
Enquanto isso, a margem Ebitda caiu de 13,2% para 11%.
A receita líquida da empresa teve alta de 24,6% no 3TRI21. Assim, o indicador passou de R$ 9,943 bilhões para R$ 12,390 bilhões.
Mesmo com o prejuízo, o BTG Pactual (BPAC 11) aponta que a BRF (BRF3) obteve um bom terceiro trimestre (3TRI21), com a margem bruta mais forte do que o esperado. Foi reportado pela empresa o EBITDA na linha de R$1,36 bilhão, com a margem de 11% e vendas na faixa do R$ 12,4 bilhões.