Com o objetivo de impulsionar o Polo Bioenergético e Sucroalcooleiro como uma ação estruturante para potencializar econômica e socialmente a região do Médio São Francisco, o governo baiano integrou as suas secretarias, formando um grupo de trabalho interdisciplinar. O novo “Eldorado” do setor sucroenergético baiano, em implantação na região, foi discutido na quinta-feira (9), entre o vice-governador João Leão e gestores estaduais.
A projeção é que o Polo Bioenergético e Sucroalcooleiro do Médio São Francisco possa gerar 9,2 mil empregos diretos e 30 mil indiretos na região, nos próximos anos. Isto porque a primeira usina de cana-de-açúcar, de um total de dez previstas para a produção de etanol, açúcar e energia de biomassa, está sendo implantada em Muquém do São Francisco, pelo Grupo Paranhos. O protocolo de intenções assinado com a SDE prevê investimentos de R$ 107 milhões, com possibilidade de gerar 921 empregos diretos e até três mil empregos indiretos.
“O governador Rui Costa determinou que criássemos uma comissão entre os secretários de Estado, com o intuito de alavancar o polo sucroalcooleiro, que não será apenas para produzir cana-de-açúcar, mas também energia solar, eólica e de biomassa. O projeto visa implantar dez usinas, gerando mais de 30 mil empregos, diretos e indiretos, e viabilizando empreendimentos periféricos, como hotéis, supermercados, cinemas e postos de gasolina, entre outros”, destacou João Leão, que também é titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE).
O secretário da Casa Civil, Bruno Dauster, ressaltou que é necessário transformar o projeto em política estruturante, a exemplo do que foi feito com a logística na Região Metropolitana de Salvador: “Enquanto Casa Civil, já temos a responsabilidade definida dentro do grupo de trabalho. Quero apresentar, nas próximas semanas, a metodologia a ser trabalhada para o governador, o vice e os secretários das pastas envolvidas no projeto”.
Já o secretário de Planejamento, Walter Pinheiro, explicou que o projeto dialoga diretamente com a economia do Estado, com o eixo do desenvolvimento de uma região. “O Estado é a principal alavanca e estimulador da economia, então é importante que façamos a ligação deste projeto estratégico com a introdução dos pontos já constantes do PPA 2019, 2020 e 2023”.
Interiorização do desenvolvimento
Para o secretário da Infraestrutura, Marcus Cavalcanti, do ponto de vista estruturante, um projeto deste porte cria uma necessidade do Estado prover a infraestrutura. “Precisamos fazer os acessos locais, dar atenção à área de Telecomunicações, já que todo empreendimento precisa de acesso à banda larga para desenvolver suas atividades, além de reforçar a rede elétrica, lembrando que estes empreendimentos também poderão ser geradores de energia e se tornar fornecedores do sistema elétrico nacional”.
Além de tornar a Bahia autossuficiente na área Bioenergética, destacou o secretário de Desenvolvimento Rural, Josias Gomes, o projeto beneficiará socialmente a região. “São muitos assentamentos de Reforma Agrária que ainda não encontraram o seu caminho da produção econômica viável e, aqui, pode ser o início de um processo que incluirá, seguramente, mais de 20 assentamentos – ou seja, mais de 400 famílias de agricultores familiares com a sua economia definida”.
O secretário de Agricultura, Lucas Costa, também falou sobre a consolidação do Polo Bioenergético e Sucroalcooleiro: “Após conseguirmos derrubar o entrave que existia com a cana-de-açúcar, com relação ao zoneamento – não agroecológico e sim econômico -, hoje já é possível fomentar essa cultura em toda a Bahia, respeitando todas as normas ambientais. O projeto motiva o produtor, já que agora ele pode ser fomentado com menor custo”.
O projeto, completou o secretário do Meio Ambiente, João Carlos Oliveira, se soma ao contexto de desenvolvimento com sustentabilidade, premissa do Estado. “Este polo vai gerar desenvolvimento econômico, social e sustentável, com diversidade de empregos, alavancando o crescimento da Bahia”.