As exportações de carne de frango do Grupo Zanchetta, produtor da proteína animal, sentiram abalos entre março e abril, quando o coronavírus já havia se espalhado pelo mundo, só que a depender do país de destino. Conforme o presidente da companhia, Carlos Zanchetta, em live promovida pela XP Investimentos, “houve um cenário bastante semelhante no mercado externo em relação ao mercado interno”.
“O setor de food service (restaurantes) reduziu bastante suas compras, principalmente na Europa”, informou Zanchetta. No Japão, ele disse que houve vários cancelamentos de encomendas, por causa do adiamento da Olimpíada 2020, que seria realizada no país asiático. “Percebemos que esses mercados (UE e Japão) seguraram as compras de forma mais intensa.” No Canadá, que adquire muito frango do Brasil para produção de snacks, como asa e meio da asa, servidos em bares e restaurantes, o consumo “acabou”, disse o executivo. “Houve problemas de postergação de entregas e até cancelamentos”, disse.
Em relação a outros mercados, alguns estão elevando suas compras. Caso da China, diz Zanchetta. “Mesmo com os Estados Unidos aumentando a oferta para a China ainda não houve mudança no cenário de preços nem redução da demanda em março ou abril”, assinala. “Outros países da Ásia também mantêm a demanda, como Coreia do Sul e Cingapura.”
No Oriente Médio, outro grande consumidor de carne de frango brasileira, Zanchetta informa que as vendas também não têm tido grande dificuldade de colocação. Ele advertiu, porém, que os estoques para o Ramadã devem se reduzir. “Por causa do coronavírus a peregrinação para Meca deve ser mais reduzida e, consequentemente, o consumo de frango”, diz. “A preparação para esse feriado encolheu.”