O fechamento de plantas processadoras de carnes nos Estados Unidos, por conta da pandemia de coronavírus, poderá beneficiar o Brasil, de acordo com o diretor-executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, em entrevista ao Canal Rural.
Segundo ele, esse impacto seria indireto, uma vez que o Brasil não exporta carne de frango para os Estados Unidos e as vendas de carne suína a esse mercado tem um fluxo relativamente baixo, em comparação a outros destinos.
“É preciso considerar, porém, que com a priorização do mercado interno, os Estados Unidos poderão abrir uma lacuna no abastecimento de produtos à China, o que pode impulsionar as vendas brasileiras a esse destino”, avalia.
Santin destaca que atualmente a China já é o principal mercado importador de carne de aves e de suínos do Brasil. “Os chineses importaram no primeiro trimestre 167,4 mil toneladas de carne de frango do Brasil, um volume 47%
superior ao registrado em relação ao primeiro trimestre de 2019.
Em receita, a alta é de 55%, com total um de US$ 345,3 milhões. Em suínos, o volume exportado pelo Brasil à China no primeiro trimestre chegou a 97,4 mil toneladas, volume 190% superior ao registrado no mesmo período do ano anterior. Em receita, a elevação chega a 274%, com total de US$ 255,8 milhões”, sinaliza.
De acordo com Santin, a avaliação da ABPA é de que os setores de carne suína e de frango poderiam ser os mais influenciados pelo fechamento de planta norte-americanas, muito embora essa questão acabe impactando todos os setores de proteína animal de uma forma geral.