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Diversificar mercados como solução

Está no ar a edição 294 da revista Suinocultura Industrial

Diversificar mercados como solução

O agronegócio brasileiro apresentou um crescimento vertiginoso nos últimos anos, com forte participação no mercado internacional. Os primeiros passos foram dados ainda nos anos de 1970, quando o Brasil era um importador de alimentos, com forte dependência de vários itens do comércio internacional. A criação da Embrapa e de empresas estaduais de extensão rural criaram uma rede de difusão de conhecimento e tecnologia no campo. A capacitação de profissionais e pesquisadores no exterior, acompanhado da incorporação do cerrado e do domínio da agricultura tropical transformaram completamente esta história.

Os investimentos tecnológicos nos anos de 1980 se solidificaram no agro, criando o patamar que possibilitaria o salto de importador de alimentos para exportador, produzindo hoje o equivalente a cinco vezes as necessidades alimentares de sua população, contribuindo para a segurança alimentar de diversos países no mundo.

Estas exportações começaram a ganhar uma força maior a partir dos anos 1990, mas se consolidaram principalmente nos anos 2000, quando o agro passou a atender as demandas por commodities agrícolas da China. Neste período, o mercado chinês representava algo em torno de 3% das exportações totais do agronegócio brasileiro. Passado 20 anos, este percentual atingiu o patamar de 35%.

No sudeste asiático estão as grandes oportunidades de negócios para o agro brasileiro, mesmo diante de um cenário de pandemia, que tem levado o mundo a um processo recessivo. Outro continente importante, principalmente no futuro, é a África, o qual o Brasil precisaria começar a trabalhar imediatamente, se mostrando um parceiro confiável para a sua segurança alimentar.

Hoje, o cenário de dependência das importações chinesas tem preocupado o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), assim como setores do agronegócio. A principal alternativa é diversificar os mercados, abrindo novas oportunidades. Um processo nem sempre fácil, mas que deve ser negociado. O país possui mais de 200 produtos agrícolas exportáveis, já chegando a mais de 180 mercados. É preciso diversificar mais. Afinal, depender fortemente de um único mercado é sempre arriscado. A suinocultura brasileira sabe muito bem o que é isto em relação à Rússia, no passado.

Investir na alocação de adidos agrícolas nas embaixadas pelo mundo, buscando conhecer a cultura e as características dos mercados que se quer acessar é bom caminho. Mas, pouco trilhado ainda pelo Brasil.

 

Humberto Luis Marques

Editor Suinocultura Industrial