De acordo com os dados divulgados nesta segunda-feira (06/07) pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP, os preços interno e externo do milho seguem em alta. No Brasil, mesmo com a colheita de segunda safra avançando, os valores têm sido sustentados pela retração de vendedores – que evitam negociar grandes lotes –, pelas altas consecutivas nos portos e pela elevação no preço do frete.
Nesse cenário, de 26 de junho a 3 de julho, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa, referente à região de Campinas (SP), subiu 3,1%, fechando a R$ 49,65/saca de 60 kg na sexta-feira, 3. Quanto às exportações, por enquanto, ainda não ganharam ritmo. Conforme dados da Secex, o Brasil exportou 348,12 mil toneladas de milho em junho, volume 73,64% inferior ao do mesmo período do ano passado. Apesar disso, com a demanda aquecida nos portos nos últimos dias e com os patamares elevados, a perspectiva é de que as vendas externas ganhem ritmo nas próximas semanas.
Já os preços da soja e derivados continuam firmes no mercado brasileiro, sustentados pelas demandas interna e externa. Segundo colaboradores do Cepea, indústrias nacionais mostram necessidade de aquisição do grão para o curto prazo, ao mesmo tempo em que novas negociações para exportação têm sido realizadas – em junho, o Brasil escoou 13,75 milhões de toneladas da oleaginosa, um recorde para o mês, conforme dados da Secex.
Entre 26 de junho e 3 de julho, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa da soja Paranaguá (PR) manteve-se praticamente estável (-0,05%), fechando a R$ 114,93/saca de 60 kg. Já o CEPEA/ESALQ Paraná subiu ligeiro 0,85%, para R$ 109,19/saca de 60 kg na sexta-feira, 3. De maio para junho, a média do Indicador Paranaguá cedeu 0,6%, enquanto a do Indicador Paraná registrou ligeiro aumento de 0,1%.
O recuo do dólar no decorrer de junho limitou as valorizações do grão – de maio para junho, a média mensal da moeda norte-americana recuou expressivos 7,8%. Quanto aos derivados, os valores subiram no mercado brasileiro nos últimos dias.
Além da alta no custo da matéria-prima, a demanda segue aquecida, especialmente por óleo de soja. A oferta desse derivado está baixa no Brasil, e indústrias de biodiesel estão demandando novos lotes para recebimento em curto prazo. Quanto ao farelo de soja, a procura voltou a se aquecer. No entanto, a média de junho foi 0,5% inferior à de maio. Neste caso, ressalta-se que compradores se abasteceram logo no início do mês, limitando o movimento de alta no restante do período.