Diante da perda de receita temporária em decorrência da pandemia de Covid-19, empresários de diversos segmentos estão adotando uma série de medidas para diminuir o custo fixo do negócio.
Uma delas está na instalação de sistemas de energia fotovoltaica, que permite redução de até 95% na conta de luz.
A informação é do sócio-proprietário da Maya Energy, Matheus Moura Costa. Segundo ele, embora o setor tenha registrado algum impacto nas primeiras semanas da chegada da doença ao Brasil, em março, no mês seguinte já foi observada recuperação e a demanda pela implementação dos sistemas voltou a ser crescente.
Tanto que a expectativa da empresa, que atua no segmento desde 2018, é encerrar o ano com incremento de 200% no volume de instalações sobre o exercício anterior.
Conforme o executivo, que também é engenheiro eletricista, tamanho otimismo se deve não apenas ao aquecimento da demanda provocado pela pandemia, mas também pelo potencial do setor.
“A geração distribuída ainda é uma área relativamente nova no País e representa muito pouco da nossa matriz energética. Além da tendência natural da preferência por fontes limpas, soma-se ainda o potencial brasileiro, onde Minas Gerais tem saído na frente”, avaliou.
Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Brasil conta, até o momento, com mais de 257 mil sistemas (usinas). Minas Gerais é o primeiro estado em número de usinas de geração distribuída (54.241 unidades), seguido por São Paulo (40.865) e Rio Grande do Sul (35.385).
A Maya Energy atende os segmentos residencial, comercial e industrial e entrega a solução de geração fotovoltaica completa. Conforme Costa, a empresa faz desde a análise do perfil do cliente, passando pelo projeto estrutural e instalação até o financiamento.
“O que a gente faz é mostrar para o contratante que ele vai implantar um sistema que vai permitir descontos de até 95% na fatura de energia e que vai ter seu próprio gerador. Às vezes ele paga R$ 2.500 mensalmente à distribuidora. Com a aquisição, financiada em até 60 meses, por exemplo, ele pagaria R$ 2 mil por mês e, ao final, tem um equipamento de primeira linha e ainda, garantia de economia por, pelo menos, mais 20 anos”, explicou.
Outro diferencial da Maya, de acordo com o empresário, está na consultoria e serviços adicionais. É que a empresa conta com especialistas de cada etapa do processo da conversão da energia, fazendo ela mesmo todas as adequações necessárias para a implementação do sistema.
“Se for preciso uma reforma no telhado, para reforçá-lo para receber os painéis, fazemos o projeto. Se a empresa não tem condições de tomar o financiamento, também oferecemos a opção com instituições financeiras parcerias e bancos”, ressaltou.
A empresa possui clientes em todo o Brasil, mas a maior parte deles está em Minas Gerais – tanto por a empresa estar sediada no Estado, quanto pelos os mineiros liderarem o segmento no País. Por isso, a sede fica em Belo Horizonte e conta ainda com filial em Uberlândia (Triângulo) e está expandindo também para Ipatinga (Vale do Aço).
SOLSIST APOSTA EM TREINAMENTO DIGITAL
Embora o setor de energia seja um dos poucos que menos estão sofrendo os impactos da pandemia de Covid-19, empresas do segmento também estão buscando alternativas para manter os negócios e até ajudar os clientes diante dos obstáculos impostos pela doença.
Este é o caso da mineira Solsist Energia Solar, sediada em Belo Horizonte. Com foco em projetos de geração fotovoltaica, a empresa aposta agora também em plataformas de treinamentos digitais.
De acordo com o sócio-fundador da Solsist, Luciano Vinti, com projetos espalhados por 10 estados brasileiros, a expectativa da empresa é de um crescimento de 35% neste exercício em termos de faturamento. Tamanha expectativa, conforme ele, se deve ao potencial do setor e também às novas formas de negócio adotadas pela companhia.
“O Brasil acaba de atingir 3 gigawatts (GW) de potência operacional na geração distribuída solar fotovoltaica. Mesmo em expansão, o mercado de energia solar ainda tem muito para crescer no País. Temos um plano de expansão arrojado para a Solsist, que também acabou sendo freado pela pandemia. Ainda assim, seguimos otimistas com as estratégias de atuação e os resultados alcançados”, explicou.
No mercado desde 2014, a empresa desenvolve a solução completa em termos de energia solar. Do projeto, passando pela engenharia, instalação e homologação, presta serviços para diferentes segmentos como comércio, indústria e agronegócio, além do consumidor residencial. Recentemente também estreitou laços com o mercado internacional, atuando em parceria com a China nas áreas de manutenção e comissionamento de grandes usinas.
“Neste momento estamos focados nos ramos que não tiveram as operações suspensas pelas medidas de distanciamento social, especialmente aqueles em que o consumo de energia foi fortemente incrementando, como é o caso de supermercados e farmácias”, exemplificou.
Educação
Outro segmento da empresa que acabou ganhando notoriedade com a pandemia foi o de treinamentos digitais. A empresa oferecia cursos desde 2015 em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), mas com o fechamento das escolas, lançou opções remotas dos cursos de administração e técnicas de vendas consultivas para o setor fotovoltaico.
Conforme Vinti, as aulas são destinadas ao empreendedor de energia com interesse na área de vendas, a consultores de vendas e profissionais que estão ingressando no mercado.
“Percebemos que alguns empreendedores tinham dificuldades com vendas e decidimos lançar o curso. Foi uma forma também de manter a prestação de serviço aos nossos clientes”, justificou.
As aulas da primeira turma iniciaram no fim de junho e incluem 130 aulas, entre as quais seis encontros on-line. O curso dura, em média, dois meses, mas os alunos têm acesso ao conteúdo por um ano. Desde 2015, a empresa já capacitou 1.500 profissionais.
O Brasil conta, até o momento, com mais de 256 mil sistemas (usinas), segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Minas Gerais é o primeiro estado em número de usinas de geração distribuída (54.164 unidades), seguida por São Paulo (40.787) e Rio Grande do Sul (35.087).