O Ministério da Agricultura do Brasil suspendeu as importações de carne de porco in natura e processada da Alemanha, após um caso de peste suína africana (PSA) detectado na semana passada em um javali, informou a pasta nesta segunda-feira.
No comunicado ao país europeu –maior produtor da proteína no continente– o ministério disse que solicitou informações detalhadas às autoridades sanitárias sobre as medidas de biossegurança adotadas pelas plantas industriais alemãs.
A Alemanha confirmou na última quinta-feira que encontrou a peste suína africana em um javali morto nas proximidades da fronteira com a Polônia.
Autoridades do Estado alemão de Brandemburgo colocaram em quarentena uma área de 15 quilômetros na qual o javali foi encontrado para buscar mais animais mortos, enquanto também restringiram o movimento em fazendas.
A ministra da Agricultura alemã, Julia Kloeckner, chegou a dizer na semana passada que o caso não era motivo para pânico, visto que as autoridades estão avaliando intensamente quais medidas precisam ser tomadas para combater a doença e evitar que ela se espalhe para fazendas comerciais de suínos.
Ainda assim, as exportações alemãs de carne suína para a China e alguns países não membros da União Europeia foram temporariamente suspensas, devido à impossibilidade de emissão de certificados declarando que os produtos são livres de PSA, exigidos por compradores.
O temor maior dos alemães é com relação aos embarques para a China, cujo comércio da proteína suína é avaliado em torno de 1 bilhão de euros por ano.
Em razão justamente de um surto de peste suína africana desde 2018, os chineses tiveram parte significativa dos plantéis de porcos dizimados e seguem ativos na importação de carnes para atender a demanda local.
A Coreia do Sul, segundo maior comprador de carne suína da Alemanha fora da União Europeia, também anunciou veto às importações de carne suína alemã após a notícia de PSA no javali.
No caso do Brasil, dados do governo federal indicam importações de 1,8 mil toneladas da proteína suína alemã de janeiro a agosto, ante 2,5 mil no mesmo período do ano passado.
De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), os principais produtos adquiridos daquele país são tripas de porco in natura e congeladas.