De acordo com os dados da Agromensal do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP,As vendas aquecidas de carne de frango nos mercados interno e externo seguiram impulsionando as cotações do setor da avicultura de corte em setembro. Assim, os valores subiram pelo quarto mês consecutivo. Para alguns produtos e regiões, os preços operaram nos recordes nominais da série histórica do Cepea, iniciada em 2004, mas ainda se mantiveram abaixo das máximas reais, considerando-se a inflação do período.
O frango inteiro congelado negociado na Grande São Paulo teve preço médio de R$ 5,60/kg em setembro, elevação de 13% frente à de agosto e 30,4% na comparação com setembro/19, sendo um recorde, em termos nominais. Já em termos reais, a média de setembro é a maior desde setembro de 2013, quando foi de R$ 5,72/kg (valores foram deflacionados pelo IPCA de agosto/20). Em Toledo (PR), a elevação mensal foi de 11,7% e aumento anual, de 17%, atingindo R$ 5,90/kg em setembro, sendo também máxima nominal, mas abaixo da observada em outubro de 2008, quando a comparação é feita com a série deflacionada.
Para os cortes comercializados na Grande São Paulo, apesar da tendência de alta nos preços de todo o setor, o da asa de frango se enfraqueceu em setembro. O produto, que vinha bem valorizado por conta das exportações à China, não conseguiu ser absorvido no mercado doméstico, devido ao alto preço, fazendo com que agentes do setor reajustassem negativamente os valores.
Em setembro, a asa congelada teve média de R$ 11,74/kg, recuo de 4,2% frente a agosto, mas ainda 71,1% acima da observada em setembro/19, em termos nominais. Já os demais produtos acompanhados pelo Cepea acompanharam as altas do frango inteiro. A coxa com sobrecoxa resfriada foi o produto com a maior alta mensal nos preços: 18,1%, atingindo R$ 6,30/kg em setembro, sendo ainda 21,8% acima da média de setembro/19
No mercado de frango vivo, a demanda por parte da indústria esteve aquecida, já que essas unidades intensificaram os abates, no intuito de atender à maior demanda pela carne. Esse cenário e os reajustes feitos na produção no início da pandemia do novo coronavírus controlaram a oferta de animais para abate, o que tem elevado os preços do animal.
Na média do estado de São Paulo, o frango vivo foi cotado a R$ 4,00/kg em setembro, elevações de 4,2% na comparação com agosto e de 18,1% frente a setembro/19. Trata-se do patamar nominal mais elevado de toda a série histórica desse produto, iniciada em 2004. Em temos reais (deflacionados pelo IGP-DI de agosto/20), é a maior desde dezembro de 2015