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Indústria de armazenagem frigorificada luta pela regulamentação do setor

Diferentemente de outros países, no Brasil não há legislação específica para este tipo de armazenagem, que é obrigado a seguir a mesma regulamentação dos frigoríficos. Em expansão e com um crescimento superior ao do PIB, indústria busca obter finalmente o seu marco regulatório

Indústria de armazenagem frigorificada luta pela regulamentação do setor

Por Humberto Luis Marques, de São Paulo (SP)

 

O setor de armazenagem frigorificada tem se expandido no país, puxado pelas transformações ocorridas ao longo dos anos, principalmente no mercado de alimentos. A indústria alimentícia é cada vez mais dependente de uma cadeia do frio bem estruturada, visando a adequada estocagem e distribuição de produtos cujas opções resfriadas e congeladas só crescem no mercado consumidor. Além disso, atende a outras áreas, como a de saúde humana e animal, e diversos segmentos do agronegócio. Mesmo com o país vivendo um cenário de crise econômica, o setor cresceu 7% ao ano entre 2010-2018. O dobro do PIB brasileiro nesse mesmo período. Anualmente, as indústrias deste setor investem algo em torno de R$ 200 milhões a R$ 400 milhões em melhorias de operações e infraestrutura. “Boa parte destes investimentos está direcionado a novas instalações, com o montante restante aplicado na modernização dos armazéns e incorporação de novas tecnologias”, explica Francisco Carlos Borges de Assis Moura, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Armazenagem Frigorificada (Abiaf).

A associação foi fundada há mais de 40 anos, representando os interesses dessa indústria. No ano passado, firmou uma parceria com a Global Cold Chain Alliance (GCCA), uma espécie de associação mundial da cadeia do frio, criando a GCCA Brasil. “O nosso intuito é melhorar o nível de serviço dos nossos associados, agregando valor por meio de uma série de projetos e ações, como a disponibilidade de materiais internacionais sobre melhores práticas, criação de comitês de segurança alimentar, recursos humanos, seguros e gestão de risco, além de intercâmbios de benchmarking com países como os Estados Unidos”, ressalta Moura.

Um dos focos centrais da Abiaf é a criação de um marco regulatório específico para o setor de armazenagem frigorificada. Hoje, ele é obrigado a seguir as diretrizes estabelecidas para os frigoríficos. “Uma situação que só existe no Brasil, não acontece em nenhum outro lugar do mundo. Essa condição nos gera uma grande ineficiência de processos, aumenta a burocracia e traz perda de competitividade em supply chain frente a outros países”, afirma o presidente da associação. Nesta entrevista, Moura fala sobre a importante de uma legislação que atenda as necessidades dessa indústria, explicando características de mercado e operações, assim como tendências e desafios para o setor. Confira a entrevista na Edição Online.

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