Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Entrevista

A tecnologia irá transformar por completo a avicultura nos próximos 30 anos

Os aviários terão seus ambientes internos totalmente controlados por sensores e câmeras, atendendo em tempo real as necessidades de uma ave que tende a estar pronto para o abate em apenas 26 dias e que poderá expressar sensações e ser compreendida por sistemas inteligentes

A tecnologia irá transformar por completo a avicultura nos próximos 30 anos

Por Humberto Luis Marques

 

O aviário do futuro será um ambiente totalmente controlado, equalizado dentro dos níveis de conforto das aves. Câmeras e sensores serão responsáveis por acionar respostas imediatas frente a qualquer alteração de comportamento ou térmica, garantindo o bem-estar de todo o plantel alojado. Essas mesmas aves devem atingir 2,7 kg de peso vivo aos 26 dias, reduzindo em muito o tempo de abate. E, mais do que isso, serão compreendidas em suas falas, traduzidas por sistemas inteligentes que identificarão sons de fome, medo, calor ou frio. “A avicultura de 20 anos atrás não é mais a mesma de hoje, que também não será igual a dos próximos 20 anos. Com uma diferença significativa. Os avanços daqui para frente serão em uma velocidade extraordinária, muito maior do que já foram até então”, indica Iran José Oliveira da Silva, coordenado do Núcleo de Pesquisa em Ambiência (Nupea), da Esalq-USP.

Esse ambiente de produção exigirá novos avanços em áreas como nutrição, sanidade e manejo, que terão de lidar com essa ave totalmente diferente da criada hoje. O mesmo se pode dizer de técnicos, funcionários e produtores. Todos terão de conviver com planilhas de dados, interpretar informações e trabalhar com tecnologias. Profissões como médico veterinário e zootecnista serão cada vez mais multidisciplanares. “Os veterinários e zootecnistas do futuro precisam estar interligados com administradores, planilhas eletrônicas e análise de dados. Com informática, de uma maneira geral. Não há mais como acompanhar tão somente as questões biológicas do processo produtivo. É preciso trabalhar com dados em mãos”, explica Oliveira da Silva. “Hoje, a maior dificuldade das universidades está em exatamente preparar esses profissionais para o futuro, que terão pela frente o desafio da análise de dados”, complementa.

Em entrevista exclusiva à Avicultura Industrial, o coordenador do Nupea/Esalq-USP lança um olhar para o futuro da avicultura com base nas inovações disruptivas que tem surgido no mercado, tendo a ave como um biossensor de suas necessidades. Confira!

Avicultura 2019