O valor bruto da produção agropecuária (VBP) de 2018 está sendo impulsionado principalmente por algodão, soja, café, tomate e trigo, que respondem por 37% do faturamento de 2018. Em relação ao ano passado, os acréscimos obtidos são no algodão, 38,7%; soja, 9,5%; tomate, 25,2%, trigo, 63,4%; café, 9,2%. Os três primeiros vem apresentando aumentos de preço e de produção, que garantem esse desempenho, explica José Garcia Gasques, coordenador-geral de Estudos e Análises da Secretaria de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Outros produtos, como batata-inglesa e cacau, em níveis pouco mais baixos, também mostram bons resultados neste ano. “Olhando a composição do VBP, nota-se que as lavouras e a pecuária, representam resultados abaixo dos de 2017”, destaca Gasques. As lavouras, coma participação de 68,2% tiveram queda real no valor de 0,3%, e a pecuária, com fatia de 31,8%, teve queda de 5,2%.
Os preços agrícolas que neste ano estão menores do que no ano passado, juntamente com decréscimo de produção para alguns, são as causas ligadas a esse desempenho, de acordo com o coordenador. A pecuária vem atravessando um período difícil, de preços domésticos e internacionais em queda, e isso reflete-se nos resultados do VBP, observa.
Produtos como cana-de-açúcar, milho e mandioca que representam 22% do VBP têm registrado menor contribuição em relação ao ano passado. No caso da cana-de-açúcar e da mandioca, isso se deve principalmente a preços menores que estão sendo praticados no mercado. Quanto ao milho, os preços estão em média acima dos de 2017, mas a forte redução de produção forçou para baixo seu VBP.
Os resultados regionais mostram que seis estados representam 66,7% do valor da produção das lavouras e da pecuária no país: Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Goiás. Os produtos nos quais esses estados se destacam são soja, milho, algodão, café, leite, carne bovina e carne de frango.