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Mercado

Preços do milho e da soja seguem em alta no país

Alta do dólar, tabelamento de frete, baixo estoque tem levado ao aumento do preço dos insumos, aponta o Cepea

Preços do milho e da soja seguem em alta no país

O movimento de alta dos preços de milho, iniciado em julho, segue firme no mercado brasileiro, afirma o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. Segundo pesquisadores, estimativas divulgadas na última semana confirmam redução da produção da segunda safra e das exportações.

Conforme os analistas, este cenário reforçou a retração dos vendedores, visto que esses agentes têm expectativas de preços maiores nas próximas semanas.  Já compradores com necessidades de repor estoques no curto prazo precisam elevar os valores de suas ofertas para conseguir realizar novos negócios, apontam.

O maior interesse por parte da indústria tem feito com que as altas ocorram em maior intensidade nas negociações entre empresas do que no preço pago ao produtor, principalmente em estados consumidores, como São Paulo e Santa Catarina. Na região de Campinas (SP), o Indicador ESALQ/BM&FBovespa avançou 5,9% em sete dias, a R$ 42,14/sc de 60 kg na sexta-feira (10).

Soja

Em relação à soja, a valorização do Dólar frente ao Real, o maior interesse chinês pela oleaginosa brasileira e a redução no estoque nacional de passagem sustentaram os preços internos da soja nos últimos dias e elevaram a liquidez nos portos, de acordo com os analistas do Cepea.

A alta, no entanto, foi limitada pela diminuição dos prêmios de exportação no Brasil, por conta das expectativas de safra recorde nos Estados Unidos, da redução da demanda doméstica e da possível menor importação da China, devido ao menor consumo de farelo de soja naquele país.

No mercado brasileiro, conforme colaboradores do Cepea, algumas indústrias já sinalizam parar para manutenção nas próximas semanas. Apesar de este ser um período comum para esta atividade, algumas unidades estão antecipando a paralisação, devido à menor oferta, que, por sua vez, se deve à retração vendedora e à dificuldade no recebimento do grão. Grandes tradings ainda indicam que as transações nacionais estão praticamente travadas, diante da tabela de frete mínimo.

No spot, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa da soja Paranaguá (PR) avançou 2,1% entre 3 e 10 de agosto, a R$ 89,15/saca de 60 kg na sexta-feira (10). No mesmo período, o Indicador CEPEA/ESALQ Paraná subiu 1,5%, a R$ 83,22/sc de 60 kg no dia 10.