O preço médio do suíno vivo na região SP-5 (Bragança Paulista, Sorocaba, Campinas, São Paulo e Piracicaba) foi de R$ 5,31/kg nessa quinta-feira, 16, recorde nominal da série do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, iniciada em 2004 para o produto. Para a carcaça especial suína, a cotação dessa quinta também foi a maior da história em termos nominais, de R$ 8,03/kg no atacado da Grande São Paulo.
Em termos reais (valores foram deflacionados pelo IPCA de janeiro/17), os atuais valores do animal vivo e da carne suína são os maiores em dois anos, atrás das médias reais observadas pelo Cepea em janeiro de 2015.
Segundo pesquisadores do Cepea, esse cenário está atrelado ao bom desempenho das exportações, que enxugou a oferta doméstica da proteína e elevou a procura de frigoríficos por novos lotes de animais para abate no mercado independente. Nas granjas, no entanto, a oferta de suínos vivos com peso ideal para abate está baixa, o que acirrou a disputa entre frigoríficos, que tiveram que pagar valores cada vez maiores aos produtores.
Exportações
O crescimento dos embarques de carne suína em janeiro consolidou o otimismo de colaboradores do Cepea com o mercado externo em 2017. Segundo pesquisadores do Cepea, a tendência é que as vendas cresçam nos próximos meses para todos os países, já que, historicamente, janeiro apresenta um dos menores volumes exportados do ano.
Neste mês de fevereiro, os dados das duas primeiras semanas confirmam o bom prognóstico, com média diária de embarques de 2,8 mil toneladas de carne suína in natura, 13% maior que a de janeiro/17 e 21% superior à de fevereiro/16, de acordo com dados da Secex. No acumulado do mês, são 22,3 mil toneladas, com receita de US$ 51,2 milhões.
Em janeiro/17, foram embarcadas 63,4 mil toneladas de carne suína, aumento de 26% frente a dezembro/16 e de 40,5% em relação a janeiro/16. O principal comprador continua sendo a Rússia, que, em janeiro/17, adquiriu 22 mil toneladas do produto a mais que em janeiro/16 e 8,8 mil toneladas a mais que em dezembro/16, ainda conforme os números da Secex.
As compras russas, acima do normal, surpreenderam agentes do setor, levando-se em consideração a estratégia do país de buscar a autossuficiência na produção de carne suína até 2020. Segundo dados da União Nacional de Produtores de Suínos da Rússia (NSS), o volume produzido naquele país dobrou na última década e aumentou quase 10% no ano passado.
Ao mesmo tempo, reforça a expectativa de manutenção do bom desempenho dos embarques brasileiros de carne suína o anúncio do governo russo sobre visitas técnicas ao País em março, com o intuito de habilita novas plantas para exportação.