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Comércio

Brasil e Rússia debatem em Brasília comércio, cooperação energética, econômica e industrial

No primeiro quadrimestre do ano, o agronegócio foi responsável pelos cinco produtos mais vendidos para a Rússia

Brasil e Rússia debatem em Brasília comércio, cooperação energética, econômica e industrial

Representantes dos governos do Brasil e da Rússia e empresários dos dois países estarão reunidos nesta segunda-feira (22/05) em Brasília para uma ampla discussão sobre o momento atual e perspectivas futuras do intercâmbio bilateral que segue cada vez mais distante da meta estabelecida há alguns anos pelos dois países de levar o fluxo de comércio brasileiro-russo ao  patamar de US$ 10 bilhões.

No primeiro quadrimestre do ano, o agronegócio foi responsável pelos cinco produtos mais vendidos para a Rússia: carne suína (US$ 238 milhões e participação e 28%), carne bovina (US$ 154 milhões e 18% de participação), soja (US$ 147 milhões e 16%), açúcar de cana US$ 52 milhões, correspondentes a uma fatia de 6,1%) e carne de frango (US$ 45 milhões e uma participação de 5,3% no total exportado).

Ano passado, as trocas o comércio bilateral totalizou US$ 4,321 bilhões, com exportações brasileiras no valor de US$ 2,300 bilhões e vendas russas no montante de US$ 2,021 bilhões.

Com o objetivo de abordar os principais temas ligados ao comércio bilateral, à cooperação energética, econômica e industrial serão realizadas no Itamaraty três reuniões no âmbito da X Comissão Intergovernamental de Cooperação (CIC) Brasil-Rússia. São  elas a Reunião da Subcomissão de Cooperação Energética, a Reunião dos Conselhos Empresariais Brasil-Rússia e Rússia-Brasil e a Reunião da Subcomissão Econômica, Comercial e Industrial Brasil-Rússia, segundo informações do Itamaraty.

A queda no intercâmbio bilateral é motivo de preocupação para os dois governos. Depois de atingir em 2008 a cifra recorde de US$ 7,985 bilhões (com exportações brasileiras de US$ 4,653 bilhões e embarques russos no valor de US$ 3,332 bilhões), o fluxo de comércio entre os dois países não parou de cair e em 2016 somou pouco mais de US$ 4,3 bilhões.

Na avaliação dos dois governos a meta de levar o fluxo comercial ao patamar de US$ 10 bilhões é factível mas somente poderá ser alcançada dentro de no mínimo três a quatro anos e desde que eventos como as três reuniões que acontecem nesta segunda-feira em Brasília sejam capazes de apontar iniciativas que levem a se percorrer esse caminho.

Técnicos do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) acreditam que a reação começa já a partir deste ano quando, avaliam, os números do comércio bilateral devem ser superiores àqueles registrados em 2016.

Dados do MDIC relativos aos quatro primeiros meses deste ano apontam nessa direção. De janeiro a abril, as exportações brasileiras totalizaram US$ 862 milhões (alta de 32,71% comparativamente com igual período do ano passado), enquanto as vendas russas para o Brasil alcançaram a cifra de US$ 840 milhões (superiores em 64,76% aos embarques registrados no mesmo período de 2016)..

Mas além de aumentar as exportações, o Brasil também considera importante diversificar a pauta exportadora para a Rússia, que continua fortemente concentrada nos produtos básicos. Com uma receita de US$ 650 milhões no período janeiro-abril,  os produtos básicos foram responsáveis por 75,5% das vendas totais para aquele país. Em contrapartida, as vendas de bens manufaturados, de maior valor agregado, somaram apenas US$ 149 milhões, equivalentes a 17,3% do total exportado.