O sistema cooperativista cresceu em todos os setores da economia brasileira. Em especial no agronegócio, as cooperativas têm se mostrado cada vez mais dinâmicas e com peso nos vários segmentos que o compõem. Observemos o setor de carnes. Antes, grandes produtoras de grãos, as cooperativas passaram a investir fortemente na transformação desses insumos em proteína animal. Hoje, no Paraná, elas já respondem por 34,3% de toda a produção de suínos do Estado. Em Santa Catarina esse percentual é maior ainda. 69,2% do total de suínos abatidos vêm do sistema cooperativista. Somado a produção de aves, os dois Estados respondem por quase 130 mil famílias produtoras no campo.
No mercado externo, sete cooperativas estão entre as 15 maiores empresas exportadoras de carne suína do País, com a Coopercentral Aurora figurando na terceira posição, atrás apenas de JBS e BRF. As cooperativas estão ainda investindo em frigoríficos, sistemas de produção modernos e com alta tecnologia embarcada. O papel delas será ainda maior no futuro próximo. O que é extremamente importante para o mercado de suínos e aves.
Nos últimos anos esse mercado todo ficou concentrado nas mãos de duas grandes empresas, o que não é bom para consumidores, produtores e fornecedores. Para qualquer um dos três a menor concorrência gera impactos negativos, seja no preço da gôndola dos supermercados, nos valores a serem pagos pelo kg de animal produzido e/ou na quantidade de compradores do seu produto, independente se é uma vacina, ração ou outro. As cooperativas nadam na contramão dessa concentração.
No sistema cooperativista, embora até concorram entre si, as cooperativas são parceiras em diversas iniciativas. O produtor de suínos e aves não é mais um número, mas sim um sócio de um processo maior de produção. Os números, balanços e distribuição das chamadas “sobras” são apresentados em assembleias e os valores repassados ao produtor, com uma parte sendo reinvestido. O lucro é importante, mas não o primordial, que tem no bem-estar das famílias no campo o seu grande foco. Num momento em que o mercado vive turbulências geradas pelas delações da empresa JBS, o cooperativismo se mostra um ponto de reequilíbrio para todo o setor produtivo.
Boa leitura a todos!
Editor
Humberto Luis Marques