O ano de 2017 mostrou uma suinocultura mais equilibrada frente a um ano desafiador, mas que trouxe resultados importantes para a atividade. Os custos permaneceram ajustados, oferecendo uma boa margem de rentabilidade ao produtor, com ligeiras oscilações ao longo do ano, já que os preços de milho e soja permaneceram em patamares mais baixos. Isso diante de um cenário de crise política e econômica do País, que ainda viveu situações como a divulgação equivocada dos resultados da Operação Carne Fraca e o impacto no mercado de carnes causado pelas delações da JBS.
Nas exportações, o Brasil irá registrar uma queda estimada de 4,63% no total embarcado, devendo fechar o ano com volumes superiores as 700 mil toneladas. Lembrando que no ano passado o País bateu um recorde histórico com suas exportações de carne suína, chegando a 732,9 mil toneladas. Apesar das dificuldades vividas ao longo desse ano, as vendas internacionais comprovam que os importadores confiam na qualidade e sanidade do produto brasileiro.
O próximo ano deve ser marcado pela continuidade de alguns investimentos importantes do setor, como o novo frigorífico da Frimesa e a ampliação da capacidade de abate do complexo industrial da Aurora Alimentos. O setor deve estar atento ao movimento do mercado, trabalhando com cautela, mas otimismo. Os indicadores econômicos dão sinais de melhora, assim como o país começa a sair da crise que viveu nesses últimos anos. A tendência é termos uma retomada dos
empregos, fazendo a economia girar, aquecendo o consumo e fortalecendo todas as bases econômicas do mercado.
Ao mesmo tempo, o País precisa retomar os seus investimentos em infraestrutura e logística; em capital humano, para termos profissionais cada vez mais capacitados a entender o setor produtivo como um todo; assim como em Pesquisa, Tecnologia & Inovação (PD&I), o que garante saltos de produtividade, dando condições cada vez melhores de competitividade ao produto brasileiro no mercado internacional. Sem esquecer os investimentos em sanidade, já que o Brasil detém um elevado status sanitário que precisa ser mantido, garantindo assim um dos grandes diferenciais no comércio mundial de carnes. O que se desenha é um 2018 muito melhor para todo o setor produtivo.
Boa leitura a todos!
ACESSE:
ENTREVISTA
Paulo Rabello de Castro, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), traz uma importante visão da atuação da instituição no mercado brasileiro de carnes, destacando a política de investimentos feitos em grandes agroindústrias e a abertura de créditos para médios e pequenos frigoríficos.
40 ANOS DA FRIMESA
A Frimesa completa 40 anos em 2017. Uma matéria especial reconta a trajetória da cooperativa, nascida em Francisco Beltrão (PR), hoje com sua planta industrial instalada em Medianeira (PR). A Frimesa irá investir R$ 2,7 milhões em toda a sua cadeia produtiva de suínos, para chegar a 2030 com um abate diário de 21 mil animais/dia. A cooperativa tem mais de sete mil colaboradores e deve faturar R$ 3 bilhões nesse ano.
CONJUNTURA ECONÔMICA
O analista de mercado da MBAgro, Cesar de Castro Alves, traz uma análise dos efeitos para o mercado brasileiro de carnes, com foco nas três principais: frango, suíno e bovino, das delações da JBS e da Operação Carne Fraca, avaliando como essas questões impactaram sobre o desempenho do setor produtivo no ano, já projetando um novo cenário para 2018.