Depois da crise dos ovos contaminados, a Europa sofre mais uma vez com um escândalo alimentício. Agora, o maior fornecedor de carne de frango do Reino Unido suspendeu a produção em uma de suas principais fábricas, após ter sido flagrado adulterando registros de segurança alimentar.
O encerramento temporário da “2 Sisters Food Group” veio após a maior rede de supermercado do Reino Unido, Tesco, se unir ao boicote da fábrica em West Midlands. Agora, a 2 Sisters promete realizar um novo treinamento de seus funcionários, para só então voltar à ativa.
Em entrevista, um porta-voz afirmou que a direção da empresa está trabalhando “ininterruptamente” para desvendar o caso.
“Estamos chocados e angustiados pelas alegações e as imagens que vimos pela primeira vez na quinta-feira, 28 de setembro. Desde que as alegações foram divulgadas, temos trabalhado ininterruptamente para chegar à verdade da questão”, disse.
A investigação, realizada em conjunto pelo “Guardian” e pela “ITV News”, flagrou trabalhadores alterando a data de abate de aves processadas em uma das fábricas e revelou padrões de má higiene da “2 Sisters Food Group”. O grupo é responsável por um terço de toda a produção de aves de corte consumidos no Reino Unido, e fornece as principais cadeias de supermercados do país, incluindo Sainsbury’s, Marks & Spencer, Aldi e Lidl.
Segundo especialistas, alterar as datas do abate poderia funcionar para esticar artificialmente o tempo de vida comercial das carnes, e serviriam para enganar os consumidores.
O objetivo era fazer com que as pessoas comprassem frango vencido. Além disso, outras imagens do vídeo, filmado em agosto, revelam frangos que caíram no chão sendo jogados de volta para a linha de produção, além de aves mais antigas sendo misturadas com mais frescas.
Todas as cinco redes de supermercados abastecidas pela fábrica rapidamente anunciaram suas próprias investigações, assim como a Food Standards Agency (FSA, Agência de Padrões de Alimentos, em tradução livre), que tinha realizado nove auditorias no local — cinco dos quais foram sem avisar — nos meses de julho e agosto. A agência reguladora pede a “qualquer pessoa com informações para a investigação” para fazer contato.