Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Produção

Avicultores do Noroeste do PR se organizam para tentar salvar a produção de frango na região

Há cerca de dois anos, produtores de frango da região Noroeste não estão conseguindo fechar as contas do mês, amargando além dos prejuízos o desanimo. A situação é preocupante e levou um grupo com mais de 80 avicultores a se organizar para tentar salvar a categoria.

Avicultores do Noroeste do PR se organizam para tentar salvar a produção de frango na região

Há cerca de dois anos, produtores de frango da região Noroeste não estão conseguindo fechar as contas do mês, amargando além dos prejuízos o desanimo. A situação é preocupante e levou um grupo com mais de 80 avicultores a se organizar para tentar salvar a categoria. O mais interessante na situação é que em 2015, o Paraná produzidas 4 milhões de toneladas de frango, um percentual de 9,6% a mais, se comparado com 2014. Os números revelam um crescimento superior à média nacional.

Conforme os entrevistados, a questão envolve aumento de custo da produção, uma tabela de valores de pagamento defasada em 15% e também prazo curto para o vazio sanitário. A situação levou o grupo, formado por agricultores de toda região, a iniciar algumas rodadas de reuniões e negociações com integradoras visando melhorar a situação.

Em um artigo publicado no site Avicultura Industrial, no dia 16 deste mês, o avicultor e consultor Valmor Ceratto explica, que os custos de produção aumentaram em média 30% na sua totalidade nos últimos 2 anos. Sendo que, algumas integradoras repassaram parte deste valor e outras nada, colocando os integrados em uma corda bamba para equilibrar seus custos operacionais e financiamentos.

A grande vilã na redução dos lucros foi a energia elétrica, com aumento 130% em dois anos. O consultor coloca na ponta do lápis os custos. Para colocar o aviário para rodar, a despesa gira em torno de R$ 0,54 por ave abatida. Quando o aviário é financiando é colocado um acréscimo no custo de R$ 0,42 por ave abatida e depreciação R$ 0,11. Por vez, o produtor gasta R$ 1,07 para entregar uma ave, que em média está recebendo R$ 0,70. Nesta conta, o prejuízo é de R$ 0,37.

O produtor Edimilson Rodrigo de Brito, que trabalha há 12 anos com avicultura, confirma a conta. “Eu não sou estudado, mas as coisas não estão certas. Estamos com um intervalo curto de vazio sanitário e com isso a qualidade das aves está caindo e o resultado também. Já recebi R$ 0,97 por ave e agora estou com uma média de R$ 0,70 centavos. Com esse valor tenho que pagar energia elétrica que chegou a R$7 mil no último lote, além do financiamento”, disse.

Almir Caleffi Jacomini conta que vinha de resultados razoáveis, mas de dois anos para cá os valores começaram a cair chegando a patamares de ser insuficiente para manter seus dois aviários. “Estou recebendo uma média de R$ 0,70, mas para pagar os custos o ideal seria R$ 1. O futuro para o frango é obscuro, pois se continuar assim, não conseguimos paga financiamento”, explicou.

Reuniões

O avicultor Jhovan Meurer Potrich, de Paranavaí, é um dos organizadores dos encontros, sendo que o último foi realizado ontem no auditório do Sindicato Rural Patronal de Paranavaí. Potrich explicou que os produtores pedem reajuste de 20% na tabela de pagamento, valor que vem em defasagem há dois anos. Como também melhora na qualidade da ração e que aumente o intervalo sanitário de uma produção para a outra. “Temos um compromisso de criar os frangos e vamos honrá-lo, mas para isso precisamos de respaldo das integradoras”, ressaltou.

Paraná bateu recorde de abate

Conforme informações da Agência Estadual de Notícias, o Paraná bateu recorde de abate de aves e suínos em 2015, de acordo com pesquisa de produção agropecuária divulgada na última quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Ao todo, foram produzidas 4 milhões de toneladas de frango, 9,6% mais do que em 2014. O Paraná registrou um crescimento que é quase o dobro da média nacional, de 5%, no período. Maior produtor e exportador de frango do País, o Estado respondeu por 30,5% do volume produzido do Brasil, de 13,14 milhões de toneladas.

“O Estado foi o grande responsável pelo recorde de produção brasileira de frango. Das 600 mil toneladas a mais produzidas pelo País em 2015, o Paraná contribuiu com 350 mil”, lembra o economista Julio Suzuki Júnior, diretor presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes).