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Comentário

Manejo de leitões de baixa viabilidade na maternidade - por Felipe Ceolin

Leitões com peso baixo possuem menores níveis de reservas energéticas corporais, maior sensibilidade ao frio, demoram mais tempo para mamar e têm menor habilidade em escolher os melhores tetos.

Manejo de leitões de baixa viabilidade na maternidade - por Felipe Ceolin

O setor de maternidade demonstra-se como um dos mais desafiadores dentro da granja suinícola. As empresas de genética têm avançado constantemente na seleção de linhagens hiperprolíficas. Para exemplificar, segundo dados da Agriness (2014), vemos uma evolução de 7,5% no número de leitões nascidos vivos nos últimos anos. Consequentemente, surgiram problemas relacionados a baixa viabilidade de leitões na maternidade: baixo ao nascimento, inanição, desuniformidade, alta mortalidade, entre outros.

O baixo peso ao nascimento predispõe a uma diminuição na taxa de sobrevivência, sendo este efeito verificado em leitões com peso inferior a 1,0 Kg. Além disso, leitões com peso baixo possuem menores níveis de reservas energéticas corporais, maior sensibilidade ao frio, demoram mais tempo para mamar e têm menor habilidade em escolher os melhores tetos. Segundo Furtado et al. (2009) os leitões leves apresentam maior superfície em relação ao peso corporal, menor reserva de lipídeos e glicogênio, reduzida capacidade de manter a homeotermia e fatores que favorecem a redução da temperatura corporal após o nascimento. Dessa forma, ficam predispostos a hipotermia e/ou hipoglicemia, estando mais propensos a esmagamentos, baixo desenvolvimento e infecções secundárias.

Ainda, segundo Mores (1993) as causas de mortalidade de leitões na maternidade são inúmeras, porém a maioria de natureza não infecciosa, como esmagamento e inanição (hipoglicemia). Os leitões mais fracos são os mais atingidos e representam cerca de 65% do total destas perdas.
Bortolozzo e Wentz (2005) elencaram algumas estratégias que podem aumentar a sobrevivência de leitões de baixa viabilidade:

1)      Leitegada com mais de 12 leitões ao nascimento: prender os mais pesados no escamoteador enquanto os mais leves mamam por um período de uma hora, por, pelo menos, duas oportunidades;

2)      Identificação dos leitões pela ordem de nascimento, permitindo que a segunda metade da leitegada (a partir do sexto leitão) mame o colostro, enquanto que a primeira metade que já mamou fica no escamoteador (40-50 minutos), para assegurar uma homogênea ingestão de colostro;

3)      Realizar o manejo 40 X 20 (nos primeiros cinco a sete dias de vida), que consiste em manter os leitões fechados por 40 minutos no escamoteador e 20 minutos mamando, como auxílio na ingestão do colostro;

4)      Formação de leitegadas com peso similar;

5)      Fornecimento de eletrólitos via água nos primeiros três dias;

6)      Fornecimento, via oral, de 3 ml de glicose 10% ou 12 a 20 ml de colostro para os leitões hipotérmicos, como também acondicioná-los em uma caixa com fonte de aquecimento;

7)      Fornecimento de leite ou produtos que substituem o leite da porca;

8)      Suplementação com energéticos durante os primeiros dias de vida;

9)      Retardar a castração para o décimo dia de vida.

Entendendo que do total de leitões nascidos temos uma grande parcela sob grande desafio, a Cargill Nutrição Animal através da Nutron, oferece aos seus clientes o programa Neopigg, uma solução para transformar leitões em risco em suínos de valor. São quatro especialidades (Neopigg Pro, Neopigg 1, Neopigg 2 e Neopigg Acid) que visam aumentar a viabilidade de leitões de maternidade, aumentando o peso ao desmame, a uniformidade do lote e a taxa de sobrevivência na maternidade.

*Felipe Ceolin é Consultor Técnico de Nutrição da Cargill Nutrição Animal.