A segunda quinzena de maio iniciou com recuperação nos preços pagos pelo quilo do suíno vivo em algumas das principais praças do país. São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais registraram aumento de até R$ 0,42 em relação aos valores praticados nas duas primeiras semanas do mês. Segundo especialistas, a aproximação do inverno e o volume de exportações têm contribuído para o equilíbrio do setor.
Nilo de Sá, diretor executivo da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), explica que é comum o aumento da demanda pela carne suína nos meses mais frios do ano e com isso os preços tendem a melhorar. “Historicamente com a chegada do inverno o consumidor brasileiro compra carne suína, aumentando assim a busca por animais para abate e consequentemente o preço do suíno vivo. O cenário ainda não é favorável, sobretudo devido aos custos de produção, mas esse sinal de reação no preço do suíno vivo dá um novo alento ao produtor”, explica.
Conforme divulgado pela Associação Paulista de Criadores de Suínos (APCS), nesta semana o valor de comercialização do suíno vivo no estado oscilou entre 3,47 a R$ 3,57, cerca de 0,40 centavos acima do que havia sido registrado na semana anterior, mas já há registros de transações em valores superiores a 3,70. Já no Rio Grande do Sul e Minas Gerais as Bolsas marcaram os valores de R$ 3,30 e R$ 3,50, respectivamente, frente aos R$ 3,10 e R$ 3,25 praticados anteriormente.
Para José Arnaldo Penna, suinocultor e vice-presidente da Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (Asemg), o aumento nos preços é resultado de uma série de combinações. “A melhora nos preços reflete uma tendência natural do aumento de consumo. Com a inflação nos preços dos alimentos, os consumidores têm buscado outras opções de proteína e a carne suína vem ganhando espaço. Além disso, temos observado melhores condições no varejo, com mais opções de cortes suínos e preços acessíveis”, avalia.
Ainda de acordo com Penna, a chegada da safrinha de milho está sendo um alento para os produtores. “Sabemos que algumas regiões, como o Centro-Oeste, enfrentam queda na produtividade da safrinha. Mas no Paraná, por exemplo, os produtores ganharam mais um fôlego. Nossa expectativa é que medidas como a isenção do PIS/CONFINS e do ICMS, sejam adotadas e, assim, seja possível um equilíbrio maior entre as cadeias produtivas de proteína e milho”, acrescenta.
O volume de exportações da proteína brasileira também vem ajudando a manter o equilíbrio no setor. Segundo estimativa da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), as exportações brasileiras de carne suína registraram aumento de 47,2% no mês de abril, se comparado ao mesmo período do ano anterior. Ao todo, foram exportadas 62 mil toneladas entre produtor in natura e processados. No volume acumulado de janeiro a abril, o Brasil já exportou 193 mil toneladas de carne in natura, volume 71% superior ao mesmo período de 2015.