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Produção

Suinocultura cresce em Cerejeiras e produtores aguardam frigorífico

O município de Cerejeiras é o 4º maior produtor do estado com 2.660 cabeças criadas em 16 propriedades. Mas somados os rebanhos da microrregião (Cabixi, Corumbiara, Colorado do Oeste e Pimenteiras) a produção chega a 13.400. 

Suinocultura cresce em Cerejeiras e produtores aguardam frigorífico

Com uma área de quatro hectares nos limites urbanos da cidade de Cerejeiras (RO) e um plano ambiental em mãos elaborado por um engenheiro agrônomo, o catarinense Afonso Emerick passou a se dedicar à criação de aves, peixes e suínos. Todo fim de semana ele sai do município de Santa Luzia do Oeste, onde exerce a função de secretário de saúde, e percorre 377 quilômetros para chegar à modesta, mas produtiva propriedade rural.

Na granja, onde engorda 700 cabeças de suíno, Afonso mantém as boas práticas. Os resíduos são coletados em três fossas de decantação com capacidade de 300 mil litros cada uma. Para não correr risco de vazamento, as fossas foram forradas com lonas especificadas no projeto original.  A estrutura tem garantia de 10 anos.

Os animais que chegam com peso entre 6 e 7 quilos são colocados em divisões do galpão com gradeados de madeira instalados a 60 cm do chão. “É crucial para evitar a batedeira, uma doença respiratória que pode causar a morte dos filhotes”, diz Afonso.

Quando alcançam os 30 quilos, os porcos da Granja Quero Quero, nome da propriedade, seguem para espaço com piso de concreto. “E tem que ser concreto bom. Porco quebra tudo”, orienta o produtor.

Ao final de cada ano, Afonso Emerick faz os cálculos de custos da produção, mas sabe que comparado a outros produtores leva certa vantagem. Para aumentar a produtividade e reduzir o tempo de abate, ele investiu em porcos das raças Pietran e Large White. A iniciativa de criar animais geneticamente superiores e fabricar a própria ração oferecida aos suínos está compensando o preço baixo do quilo da carne praticado no mercado de Rondônia. “A pauta do preço é hoje nossa maior dificuldade. O estado do Mato Grosso está vendendo carcaça de destaque aqui. Os animais abaixo da qualidade para exportação vão para um frigorífico de Ji-Paraná e competem diretamente com os produtores locais. O governo precisa elaborar uma política para o setor”, reclama.

Com uma venda estimada em 120 cabeças por mês a Granja Quero Quero está no grupo de 356 propriedades rurais do estado que criam suínos em escala comercial. O rebanho é de 50.977 cabeças, segundo dados da Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia (Idaron). Na criação de subsistência o rebanho de suínos chega a 230.581 cabeças distribuídas em 27.938 propriedades.

O município de Cerejeiras é o 4º maior produtor do estado com 2.660 cabeças criadas em 16 propriedades. Mas somados os rebanhos da microrregião (Cabixi, Corumbiara, Colorado do Oeste e Pimenteiras) a produção chega a 13.400. Colorado é o maior criador de suínos de todo estado, com rebanho de 8.170 cabeças.

A região demonstra grande aptidão para a suinocultura e, ainda, conta com 22 secadores e silos com capacidade de estocagem de 312 mil toneladas de grãos, o que facilita e desonera o custo da alimentação animal. O grande entreve para crescimento da suinocultura é a falta de frigoríficos. O mais próximo fica no município Vilhena, a 120 quilômetros. No ano passado, um grande empresário de Porto Velho sinalizou para a possibilidade de instalar uma planta em Cerejeiras, mas tirou o pé do acelerador para aguardar o desenrolar da política brasileira e a volta de crescimento da economia.

Com quase nenhuma representatividade no cenário de produção nacional, os produtores de Rondônia esperam investimento no setor para aumentar a capacidade de criação e atender, inicialmente, a demanda do mercado interno.