Para evitar a poluição e realizar uso racional e sustentável de matérias primas, empresas têm buscado alternativas para que matérias orgânicas não degradem o meio ambiente e sejam utilizadas como biomassa na geração de energia. Para isso, as indústrias têm recorrido a consultorias de institutos e organismos especializados tanto na área de meio ambiente quanto em energia. No Paraná, os institutos Senai de Tecnologia em Meio Ambiente e Química e Celulose e Papel têm sido procurados para estudos de viabilidade técnica e econômica para uso de biomassa. Esse tipo de energia será tema do Congresso Internacional de Biomassa, que ocorre nos dias 15 e 16 de junho, no Campus da Indústria, em Curitiba.
Matéria orgânica formada por substâncias de origem animal e vegetal, como cascas de frutas, esterco, madeira, restos de alimentos, resíduos agrícolas e florestais, a participação da biomassa na matriz energética brasileira é da ordem de 31% e a tendência é de crescimento, segundo o consultor técnico de negócios do Instituto Senai de Tecnologia em Meio Ambiente e Química, Adilson Luiz de Paula Souza. Ele alerta que, mesmo quando os processos estão equilibrados, ainda há geração de resíduos orgânicos. “Frente a esta geração buscamos alternativas técnicas e tecnológicas visando agregar valor a estes resíduos, através de consultorias e orientações ambientais e da aplicação dos conceitos de eficiência energética”, diz.
Além de estudos de viabilidade técnica e econômica recebidos, cursos e treinamentos também se mostram importantes, segundo o professor Rodrigo Zawadzki, técnico de ensino da unidade CIC do Senai no Paraná. Ele ainda cita projetos na área de biogás como alguns dos trabalhos realizados pelo instituto e que apontam para a procura do setor energético frente à produção de matéria orgânica. “A biomassa pode ser encarada como uma fonte de energia limpa e sustentável, como as tecnologias de aproveitamento”.
Celulose e Papel
Na indústria de celulose e papel, também é grande a demanda por estudos de viabilidade técnica e econômica para utilização de biomassa. Adriane de Fátima Queji de Paula, coordenadora de Serviços Tecnológicos e Inovação do Instituto Senai de Tecnologia em Celulose e Papel, explica que a principal matéria-prima utilizada na fabricação de celulose é a madeira. “Por isso, o instituto trabalha desde a parte florestal até o produto final”.
O instituto desenvolveu, entre outros, um estudo para uma cooperativa paranaense para a produção de briquetes – produto feito a partir da compactação de resíduos, como serragem e restos de madeira – utilizando árvores inteiras. “Para produzir a celulose e, na sequência, o papel, faz-se necessária energia térmica e elétrica. Portanto, faz-se necessária a produção de vapor d’água e, para isso, precisa de um combustível para queimar nas caldeiras. As caldeiras de forças queimam biomassa (especificamente cavacos de madeira e casca de madeira)”, diz Adriane.
Congresso
O Congresso Internacional de Biomassa (Cibio) ocorre nestas quarta (15) e quinta-feira (16), no Campus da Indústria, da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), no bairro Jardim Botânico. Conta com a participação de especialistas dos institutos Senai de Tecnologia em Celulose e Papel e Meio Ambiente e Química. O evento é de grande importância para o setor industrial, pois se buscam saídas para tecnologias limpas na geração de energia elétrica no Brasil. Nos dois dias, estarão presentes entidades e associações do Brasil e do mundo ligadas à biomassa.