A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) entregou nesta terça (8) ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), um documento em que pede a adoção urgente de medidas de apoio aos produtores rurais do semiárido nordestino, afetados nos últimos cinco anos pela forte estiagem.
Em um dos pontos, a entidade defende que os produtores possam renegociar dívidas de operações de crédito rural contratadas de 2012 a 2016.
A iniciativa ajudaria principalmente pequenos e médios produtores a permanecer na atividade, uma vez que estes contratos feitos nos últimos cinco anos não foram contemplados pela Lei 13.340/16, publicada em setembro, que autoriza os bancos a fazer a renegociação ou liquidação dos passivos rurais relativos a custeio e investimento.
No encontro, Calheiros prometeu a analisar uma alternativa para atender a demanda das federações do Nordeste referentes aos últimos quatro anos e disse, ainda, que vai trabalhar junto ao Executivo para a regulamentação da Lei 13.340. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), também participou do encontro.
O documento da CNA foi entregue a Calheiros pelos presidentes das Federações de Agricultura e Pecuária dos estados do Rio Grande do Norte (FAERN), José Vieira, de Alagoas (FAEAL), Álvaro Almeida, e da Paraíba (FAEPA), Mário Borba.
Para o vice-presidente diretor da CNA e presidente da FAEPA, Mário Borba, “o produtor nordestino não tem recebido o mesmo tratamento de outras regiões do país afetadas por intempéries climáticas”.
O presidente da Comissão Nacional da Região Nordeste da CNA e da FAERN, José Viera, mostrou otimismo após a reunião com Renan Calheiros. “Ele deixou claro que vai dar andamento às reivindicações dos agricultores nordestinos afetados pela seca desde 2012”.
Campanha
Já na sede da entidade, em Brasília, o presidente da CNA, João Martins, recebeu o diretor financeiro e de crédito do Banco do Nordeste, Romildo Rolim, e o superintendente de negócios de varejo e agronegócio da instituição, Luiz Sérgio Farias Machado.
Na reunião foram discutidas ações conjuntas com as federações e sindicatos rurais para estimular os produtores rurais a procurarem o banco para aderir à renegociação das dívidas contempladas na Lei 13.340, que prevê benefícios como o alongamento de prazos das parcelas e descontos de até 95% na quitação dos débitos. Nesta reunião, também participou o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (FAEC), Flávio Saboya.