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Estratégias para melhorar a fertilidade nos machos - por Juliana Batista

Diante do exposto, para melhorar os índices de fertilidade dos machos, é interessante pensar em estratégias para controlar o estresse oxidativo por meio da melhoria dos sistemas antioxidantes.

Estratégias para melhorar a fertilidade nos machos - por Juliana Batista

Em matrizes pesadas, os maiores índices de fertilidade podem ser alcançados no início do período reprodutivo, em torno de 30 a 40 semanas de idade. Porém, a partir da 45a semana, observamos um rápido declínio e após 65 a 70 semanas, a fertilidade atinge níveis muito baixos do ponto de vista econômico, justificando a reposição do lote em questão. Essa baixa performance reprodutiva em matrizes de corte é constantemente relacionada à seleção genética para outros parâmetros produtivos, como ganho de peso e conversão alimentar em frangos de corte.

Apesar da queda na fertilidade ser um problema relacionado a ambos os sexos, acredita-se que a participação do galo é mais significativa, pois é possível manter a fertilidade elevada através de inseminação artificial ou, até mesmo, pela substituição de machos velhos por galos mais jovens em lotes comerciais. Além disso, a proporção utilizada em lotes com acasalamento natural varia de um galo para cada oito a dez galinhas, aumentando ainda mais o impacto do macho no processo de fertilização.

A contribuição do macho na fertilidade de um lote de matrizes ocorre de duas formas: atividade de acasalamento e qualidade espermática. Um dos fatores que pode afetar a qualidade do espermatozoide é o estresse oxidativo, cuja consequência direta é a peroxidação lipídica da membrana espermática. Vários autores classificam a oxidação lipídica como a principal causa da subfertilidade em machos, visto que a composição da membrana espermática faz com que ela apresente elevada susceptibilidade à oxidação devido à grande concentração de ácidos graxos poli-insaturados.

Diante do exposto, para melhorar os índices de fertilidade dos machos, é interessante pensar em estratégias para controlar o estresse oxidativo por meio da melhoria dos sistemas antioxidantes. Esses sistemas podem ser enzimáticos ou naturais, sendo que os últimos são passíveis de manipulação através de uma nutrição diferenciada. Dentre os antioxidantes naturais ou não enzimáticos, destacam-se os carotenoides, a vitamina C e a vitamina E. Seu mecanismo de ação ocorre por duas maneiras distintas: removendo o agente oxidante, prevenindo lesões ou reparando os danos celulares já causados. Dessa maneira, trabalhar uma dieta com nutrientes capazes de aliviarem o estresse oxidativo pode ser responsável por uma grande economia em um lote de matrizes.

Elevar em 1% o número de pintos por ave alojada durante o ciclo de produção de uma empresa com alojamento de 500.000 matrizes pode significar, nos valores praticados atualmente, um aumento no faturamento bruto próximo a um milhão de reais. A busca pela eficiência produtiva é um pré-requisito para viabilidade econômica do negócio. Por conseguinte, o uso consciente de ferramentas que possam trazer retorno sobre o investimento de forma sólida e mensurável é indispensável.