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Sanidade

Embrapa: Ameaças sanitárias no foco da pesquisa

É estratégico o investimento em pesquisas na área de saúde animal e parcerias visando a Saúde Única (One Health)

Embrapa: Ameaças sanitárias no foco da pesquisa

O surgimento de doenças emergentes e re-emergentes é um desafio para a saúde humana e animal. Sabe-se que 75% dessas doenças são zoonoses, ou seja, que podem ser transmitidas do homem para o animal e vice-versa. Vários fatores de risco estão relacionados à essas emergências, mas o que especialistas vem alertando é o crescente aumento da população e a urbanização. Outros fatores como as mudanças climáticas, alterações nas práticas de manejo em criações animais, aquisição de fatores de virulência e adaptação do patógeno à outras espécies hospedeiras são alguns dos outros fatores.

É um alerta para a pesquisa e defesa sanitária do Brasil e do mundo, sendo estratégico o investimento em pesquisas na área de saúde animal e parcerias visando a Saúde Única (One Health). De acordo com a chefe geral da Embrapa Suínos e Aves, Janice Zanella, é preciso estar atento ao problema. “Existem formas de prevenção do surgimento de epidemias e pandemias. É necessária uma excelente vigilância sanitária que acompanhe os rebanhos e áreas de risco. Além da investigação é preciso treinamento de resposta à surtos e que exista uma rede de laboratórios para identificar e diagnosticar o agente envolvido; a formulação de estratégias para estudar o comportamento (fatores de risco) das doenças e estar preparado para sua contenção e controle; estudos de epidemiologia molecular são estratégicos. Levantar se determinados vírus ou bactérias em dadas populações estão evoluindo, e mudando ou se tornando resistentes à antimicrobianos, se as vacinas estão ou não funcionando ou, ainda, se é o caso de uma amostra nova que está circulando naquela região”, afirma.

Para Janice, a pesquisa, capaz de gerar conhecimento e ferramentas, aliada a parcerias, é a solução de problemas sanitários para as cadeias de produção animal do Brasil. “Nós temos as ferramentas, o conhecimento e parceiros. Que essas forças se unam para poder estudar uma estratégia e evitar que o Brasil seja berço de uma doença emergente, o que pode prejudicar nossa economia e saúde”, diz.

Esse tema abordado pela pesquisadora Janice será uma das discussões propostas para o Seminário “Ciência e Tecnologia para a Defesa Agropecuária”, que ocorre nesta quarta e quinta-feira em Brasília. O evento discutirá a situação atual, os desafios e os avanços científicos relacionados às principais pragas e doenças que ameaçam a estabilidade da produção. O programa tem foco nas revisões e artigos científicos publicados no número temático “Pesquisa, Desenvolvimento e Inovações frente a ameaças sanitárias para o agronegócio”, da revista Pesquisa Agropecuária Brasileira – PAB de maio de 2016.