Mesmo sendo o setor que menos sofreu com a crise do milho, a produção brasileira de ovos deverá atingir neste ano 39,1 bilhões de unidades produzidas, número 0,8% inferior às 39,5 bilhões de unidades registradas em 2015. Os números foram apresentados pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) na manhã da última terça-feira (14/12)
De acordo com o diretor-executivo da Associação Paulista de Avicultura (APA), José Roberto Bottura, em função do aumento no custo de produção, o setor tomou medida rápidas e descartaram os lotes mais velhos e de menor produtividade. “Assim, conseguiram recuperar rapidamente a margem de lucro, que não é exagerada, mas também não ficaram no vermelho”, contou em entrevista exclusiva ao Anuário da Avicultura 2017 – Leia a matéria completa AQUI.
Já as exportações do setor retraíram 45% em relação ao ano anterior, partindo de 18,7 mil toneladas em 2015 para 10,2 mil toneladas neste ano. Em receita, as vendas chegarão a US$ 14 milhões, saldo 40,8% inferior ao obtido no ano passado (US$ 23,6 milhões). Os Emirados Árabes lideram as exportações de ovos, com 64%. Seguido pelo Japão, 20%; Arábia Saudita, 4%; e Uruguai e Bolívia com 3%.
“Fato é que a cadeia produtiva, mesmo em meio a este temporal, seguiu sustentável e competitivo. Mais que isto: em comparação com outras proteínas, o ovo foi a menos impactado neste momento de crise”, avalia o presidente do Instituto Ovos Brasil (IOB) e vice-presidente do International Poultry Council, Ricardo Santin.
No próximo ano, o setor espera uma elevação de 2% na produção de ovos e de até 3% nas exportações. Com a menor oferta, o consumo per capita de ovos deverá decrescer 0,7%, chegando a 190 unidades (contra 191 unidades de 2015). “Acreditamos em um aumento de consumo, impulsionado pela retomada econômico, ficando o consumo per capita do Brasil mais próximo da média mundial. Neste contexto, vale ressaltar que muitas pessoas estão migrando para consumo de alimentos saudáveis, o que favorece o ovo”, disse Santin à Avicultura Industrial.