A Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca reuniu os membros do Comitê Estadual de Sanidade Avícola, nesta terça-feira (25), em Florianópolis, para tratar das medidas preventivas contra a influenza aviária, também conhecida como gripe aviária. Ainda não há registros da doença no Brasil, porém a maior preocupação do Estado é que as aves migratórias provenientes do hemisfério norte possam contaminar o rebanho catarinense.
Atualmente, 35 países já têm foco de gripe aviária, incluindo grandes produtores de aves como Estados Unidos, Canadá e China. Para evitar que a doença chegue a Santa Catarina, o Comitê de Sanidade Avícola decidiu revisar os procedimentos preventivos, entre eles a mobilização do setor público e privado, e atualizar o Plano Estadual de Contingência para Influenza Aviária, que trata das medidas que devem ser tomadas em caso de uma emergência sanitária.
Nos próximos dias, a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) irá monitorar uma amostragem de 316 estabelecimentos que criam aves em todo o estado para verificar se há a presença da doença. O secretário da Agricultura, Moacir Sopelsa, explica que a gripe aviária é considerada exótica no Brasil, mas existe o risco de introdução do vírus através das aves migratórias que chegam ao país nos próximos meses e com o trânsito de pessoas. “Seria terrível se tivéssemos um foco da influenza aviária, por isso estamos agindo preventivamente, envolvendo o setor produtivo, as agroindústrias e os criadores de aves para que estejam em alerta e comuniquem a Cidasc se tiverem qualquer suspeita de que existe uma ave doente, com as características da enfermidade”, afirmou.
Entre as medidas de prevenção que devem ser tomadas pelos produtores está evitar o contato de aves domésticas com aves silvestres; controle do trânsito de veículos e pessoas nas granjas; criação de aves em instalações fechadas, utilizando a tela anti-pássaros. A preocupação se estende a todos os tipos de aves, não só aos frangos.
O Comitê de Sanidade Avícola é formado pela Secretaria da Agricultura, Cidasc, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados no Estado de Santa Catarina (Sindicarne), Instituto Catarinense de Sanidade Agropecuária (Icasa), Embrapa Suínos e Aves, Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), Associação Catarinense de Avicultura (Acav) e Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc).
A gripe aviária
A influenza aviária, ou gripe aviária, é causada por um vírus e a transmissão se dá pelo ar, água, alimentos e materiais contaminados e especialmente pelo contato com aves doentes. É importante lembrar que a doença só é transmissível para o ser humano em caso de contato com o animal doente, ou seja, não existe nenhum risco de contágio através do consumo de carne de frango.
Os principais sintomas da doença nas aves são: dificuldade respiratória, crista e barbela inchadas e roxas, torcicolo e alta mortalidade. Caso o produtor observe qualquer anormalidade, deve comunicar a Cidasc por meio do disque denúncia 0800 643 9300. A Companhia terá 12 horas para fazer a investigação em qualquer município do estado.