Santa Catarina é uma ilha de sanidade reconhecida em todo o mundo. Para manter esse status, o Comitê Estadual de Sanidade Avícola de Santa Catarina revisará os procedimentos preventivos contra a gripe aviária, para evitar que aves migratórias provenientes do Hemisfério Norte possam contaminar animais catarinenses.
O Brasil não tem registros de gripe aviária, mas casos da doença já foram identificados em 35 países, incluindo grandes produtores como Estados Unidos, Canadá e China. Na semana passada, o Comitê Avícola de SC decidiu revisar os procedimentos preventivos, entre eles, a mobilização do setor público e privado, e atualizar o Plano Estadual de Contingência para Influenza Aviária, que trata das medidas que devem ser tomadas em caso de uma emergência sanitária.
O diretor executivo da Associação Catarinense de Avicultura (ACAV), Ricardo de Gouvêa, observa que esse tema faz parte de uma agenda que visa mobilizar o setor público e privado em procedimentos preventivos contra a entrada dessa doença no Brasil e principalmente em Santa Catarina. “As ações preventivas fazem parte da rotina de Defesa Sanitária do Estado, mas devido aos últimos acontecimentos em países como México e USA, precisamos aumentar o nível de cuidados, principalmente conscientizando o produtor e a sociedade em geral sobre alguns procedimentos necessários”, expõe o diretor.
Desde 2005, está sediada em Chapecó a coordenação do Programa de Avicultura de Santa Catarina junto à administração regional da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc). O Oeste catarinense concentra 70% da produção avícola no Estado. O Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango. Em caso de ocorrência de um surto de Doença de Newcastle ou Influenza Aviária no país, o impacto econômico será muito grande e, para isso, a regionalização e/ou a compartimentalização definiriam o território em áreas geográficas com diferente status zoosanitários para efeito de comércio internacional e de acordo com as recomendações do Código Sanitário para Animais Terrestres da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
A regionalização e a compartimentalização vêm sendo discutida entre as entidades do setor desde o ano de 2001, após os surtos de Influenza Aviária ocorridos nos Estados Unidos e Chile. Essa situação fez com que a avicultura brasileira entrasse em estado de alerta para impedir a entrada da enfermidade no país. Eventos e congressos realizados em todo Brasil debatem o tema regionalização da avicultura e uma série de adequações começam a ser necessárias para a implantação do programa no País.
Um projeto-piloto de compartimentalização está sendo desenvolvido pelo Ministério da Agricultura em Itapiranga, no extremo-oeste catarinense.
Para a implantação, a extensão e os limites de uma região deverão ser determinados pela administração veterinária com base em fronteiras naturais, artificiais e legais, divulgados pela via oficial. Com informações da assessoria de imprensa da ACAV.