Há cerca de 25 anos as cooperativas paranaenses começaram a perceber que comercializar apenas matéria-prima não seria o suficiente para sustentar o negócio. Por causa disso, muitas delas começaram a investir no sistema de agroindustrialização, que nada mais é do que agregar valor a um produto in natura. A iniciativa ajudou muitas dessas cooperativas a impulsionar o negócio e faturar bilhões por ano.
Para continuar neste ritmo de crescimento, as cooperativas paranaenses começam a dar uma atenção especial para produtos que atendam as necessidades do consumidor final. Com isso, as organizações locais caminham para uma nova etapa, que é o investimento em produtos mais acabados, a exemplo dos alimentos pré-cozidos.
Nelson Costa, superintendente adjunto da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), afirma que os produtos oferecidos pelas cooperativas devem ficar cada mais acabados. “Quando o consumidor comprar uma bandeja de frango, por exemplo, esse produto deverá estar temperado e pré-assado”, exemplifica.
Flávio Turra, gerente técnico e econômico da entidade, confirma que só a produção e a comercialização de matéria-prima não é o suficiente para fomentar o crescimento das cooperativas, já que é preciso agregar valor à produção para alcançar um faturamento que chegue à casa do bilhão. Em 2013, a receita prevista das cooperativas agropecuárias paranaenses – balanço ainda não fechado – seria de R$ 38 bilhões, 17% maior se comparado a 2012. Para este ano, a previsão é de obter um incremento de 10% em faturamento, considerado por Turra uma elevação mais tímida, porém positiva.
Ele observa, por sua vez, que investimentos no segmento de aves, a exemplo do novo abatedouro da cooperativa Cocari de Mandaguari (Norte), que entrou recentemente em operação, e a elevação dos preços da soja e do milho, ajudaram a incrementar o faturamento das cooperativas do Paraná. “Agroindustrialização é a chave do negócio”, salienta Turra.
Investimentos
Para investir em um parque industrial, Turra lembra que todos os projetos de uma cooperativa devem ser colocados em votação pela assembleia. Caso aprovado o orçamento, o projeto é executado. Uma parte dos recursos é proveniente do capital próprio da cooperativa e o restante de financiamentos de bancos públicos ou privados, que são pagos no decorrer da safra. Segundo o especialista da Ocepar, muitos produtores, com o objetivo de ajudar as cooperativas em novos projetos, não resgatam as sobras, que são utilizadas para investimentos.