A Caixa Econômica projeta ampliar sua carteira de crédito rural para R$ 15 bilhões na safra 2016/17. De julho a dezembro do ano passado, a carteira somou R$ 2,05 bilhões, referentes a operações com 7 mil produtores. A Caixa estima que o valor poderá atingir R$ 3,5 bilhões até o fim deste semestre. Em termos de desembolso de recursos, ainda deverão ser liberados pela instituição R$ 1,7 bilhão até o fim da safra atual (2013/14), em junho.
A Caixa começou a trabalhar com crédito rural nesta safra, apesar de realizar um projeto-piloto desde o ano passado. O piloto começou com o apoio de 62 agências de setembro de 2012 a junho de 2013. Até junho de 2013, a carteira era de apenas R$ 300 milhões.
“Nós começamos o piloto com poucas culturas e somente operações de custeio e investimento. Durante o segundo semestre do ano passado evoluímos a atuação para diversas culturas agrícolas e outras atividades pecuárias”, afirmou o superintendente nacional de agronegócios da instituição, Humberto José Teófilo Magalhães.
Hoje, 1,3 mil agências já operam financiamentos de crédito rural em todos os Estados brasileiros. Com a expansão, o banco pretende que cerca de 80% das 4 mil agências atuem nessa modalidade até a safra 2016/17. “Em algumas situações, não faz sentido termos diversas agências habilitadas a operar o crédito rural. A cidade de São Paulo, por exemplo, não precisa ter 30 agências habilitadas. Vamos habilitar as agências que ficam em municípios com potencial para o agronegócio”.
Até dezembro, segundo ele, o banco atuou quase que totalmente com a linha de recursos do depósito à vista, que conta com juros fixos que variam de acordo com a região e a operação. Isso deverá mudar. “Para este ano, estamos com um plano de ampliação gradativa do portfólio e deveremos entrar com linhas do BNDES e recursos livres, que não temos ainda”, disse ele.
Com a extensão das operações a todos os seus clientes, a Caixa foi incluída na lista de bancos obrigados a cumprir a exigibilidade de crédito rural. Até junho de 2014, a Caixa terá que direcionar 13% dos depósitos à vista ao crédito rural. Esse percentual aumentará gradualmente até chegar a 34% em julho de 2016, mesma proporção aplicada aos demais bancos.
A carteira do banco inclui operações de custeio, investimento e comercialização. Até dezembro, as operações de custeio e comercialização representaram 78% da carteira. Já as de investimento, 22%. As culturas que representaram maior volume de financiamento foram soja, com 18,2% da carteira, e milho, com 6,2%. Os Estados que mais contrataram crédito foram Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás, São Paulo, Bahia e Mato Grosso.
Durante o segundo semestre do ano passado, a Caixa lançou novas modalidades de crédito rural, como as linhas “Pronamp Custeio”, “Pronamp Investimento”, “Investimento para aquisição de Máquinas/Equipamentos”, “Comercialização”, “Pronaf Custeio-Cooperativas”.
A estratégia de crescimento do banco passa justamente pela criação de novas linhas, com diversas condições. “Quando estamos entrando no mercado, que já é consolidado, você tem um foco principal que é direcionar os recursos. Essa progressão tem que ser gradativa. Focamos primeiro no recurso direcionado, que possui um volume significativo de recursos. Agora, é hora de variar”, concluiu.