A comercialização da próxima safra de soja, a 2014/15, ainda não engrenou no Brasil. A esta altura do ano, seria normal algum volume de vendas, mas as tensões climáticas entre o fim de fevereiro e o início de março, reta final do ciclo 2013/14, diminuíram o interesse de produtores e compradores pelas negociações antecipadas.
“Como o excesso de chuvas afetou a colheita, a entrega de alguns contratos atrasou em Mato Grosso. Por isso, neste momento, todo mundo está mais focado no cumprimento desses negócios”, afirma Ariel Encide, da Diversa Corretora de Cereais, de Rondonópolis.
Conforme Encide, os mato-grossenses já haviam comprometido pelo menos 8% da safra 2013/14 nesse mesmo período do ano passado. “Acredito que as negociações comecem a acontecer em abril, e ganhem mais ritmo a partir de agosto e setembro”, previu.
Em meados de fevereiro, o tempo adverso fez a soja subir de R$ 58 para R$ 62 por saca na região de Rondonópolis. Mas as cotações já voltaram à casa dos R$ 58 por saca.
No Paraná, também não há negociações da safra 2014/15, mas os compradores começam a se movimentar. Segundo Vinícius Xavier, analista da FCStone em Maringá, há ofertas a R$ 58 por saca, mas os agricultores almejam R$ 60. “Se o tempo for passando e o preço não subir, certamente os produtores vão analisar essas ofertas”, diz.