Diário Catarinense – O que levou à queda das exportações na carne suína no primeiro trimestre deste ano?
Francisco Turra – A carne suína é mais sensível. Quando há um aumento do consumo interno, como foi o caso, a exportação não fica tão atraente pelas condições cambiais. Diferente de aves que sempre há uma fatia destinada ao mercado externo e tem uma necessidade de exportar 330 a 350 mil toneladas pelo volume de produção. Agora é um momento muito bom, com o vírus da Diarreia Suína nos Estados Unidos, há muita procura pelos mercados que até há pouco tempo desabilitavam plantas no Brasil. E agora estão muito demandantes, e o Brasil não tem como atender tanta demanda de carne suína, porque houve um período de forte crise no setor.
DC – O preço para o consumidor tende a subir ?
Turra – Indiscutivelmente. A carne suína tende a ter um preço mais valorizado este ano, pela exportação e pelo consumo interno que estão crescendo.
DC – Qual a expectativa para o setor aves e suínos em 2014?
Turra – Deve apresentar crescimento no consumo interno, produção e exportação. Temos uma tendência favorável pelo problema da queda de produção norte-americana de carne suína, que é nosso concorrente de expressão. Carne suína tem chance de crescer de 5 a 10% em exportação no atual cenário. Isso levando em conta que o setor suinícola tem um tempo de reação bem mais lento que o de aves, por exemplo. O frango continua nas nossas previsões de exportar em torno de 4% a mais que no ano passado. Até aqui as exportações se comportaram bem. Em receita houve uma queda em função da queda do dólar, que tira a estabilidade do setor.
DC – E a diminuição no abate da BRF é reflexo disso?
Turra – Sim. Os setores estão trabalhando bem mais enxutos, não tem excedente lá fora e nem aqui. Setor andou se adequando a analisar números e se comportar dentro dos padrões da economia mundial e brasileira.