O Sistema Ocepar, que representa as cooperativas paranaenses do agronegócio, vai solicitar ao governo federal a reavaliação de algumas medidas do Plano Agrícola e Pecuário (PAP) da safra 2014/15, anunciadas na última segunda-feira. Um dos pontos que mais está preocupando as cooperativas do Paraná é o aumento de juros, que varia de meio a um ponto percentual em diversos programas, entre os quais o Procap-Agro (Programa de Capitalização de Cooperativas Agropecuárias), cuja taxa passou de 6,5% para 7,5% ao ano.
“É uma decisão (o aumento do juros) que quebra o ciclo de redução de juros dos últimos anos, que estava motivando o setor a investir em tecnologia. É algo extremamente prejudicial às cooperativas pois encarece os financiamentos, com reflexos diretos nos custos de produção, devido ao aumento do custo de capital”, afirmou o presidente do Sistema Ocepar, João Paulo Koslovski.
O cooperativismo paranaense também está preocupado com outras medidas, como a redução de recursos destinados ao Prodecoop (Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária), de R$ 2 bilhões para R$ 1,25 bilhão. “As cooperativas acessam esses recursos com o objetivo de dar suporte aos seus investimentos. Essa redução vai comprometer o planejamento estratégico do setor em âmbito nacional, especialmente as ações voltadas à transformação de produtos primários em itens de maior valor agregado”, disse, em nota.
Somente no Paraná, a demanda por recursos para investimentos somam mais de R$ 3 bilhões, sendo R$ 2 bilhões do Prodecoop e mais de R$ 1 bilhão do Programa para Construção e Ampliação de Armazéns.
As cooperativas paranaenses planejaram investir R$ 3,19 bilhões entre 2014 e 2015, uma alta de 45% em relação ao período anterior, quando o setor destinou R$ 2,1 bilhões em áreas como agroindústria, armazenagem e melhorias em infraestrutura e logística. “Essa diminuição nos aportes destinados ao Prodecoop vai causar grande impacto num setor cuja movimentação econômica corresponde a 18% do PIB do Paraná”, frisou Koslovski.
Ainda em relação ao Prodecoop, o setor cooperativista lamentou o fato do governo não ter ampliado o limite de crédito, mantido em R$ 100 milhões por cooperativa. As cooperativas haviam solicitado que esse valor fosse alterado para até R$ 200 milhões, devido ao aumento nos custos com mão de obra, energia elétrica e insumos em geral.