Ex-funcionários de um abatedouro de frango fizeram um protesto na última sexta-feira (23) em Jarinu (SP). Segundo os trabalhadores, 1,2 mil pessoas foram demitidas em duas unidades da empresa e não receberam as indenizações.
Durante o protesto, os manifestantes bloquearam a estrada vicinal em frente à empresa com pedaços de madeira e ferro. Veículos foram impedidos de passar e um ônibus retornou de marcha à ré. Os trabalhadores reclamam da falta de informação depois que a carta de aviso prévio foi assinada por cerca de 600 funcionários da unidade de Jarinu na última terça-feira (20). “Eles prometeram que iam fazer o pagamento do salário e do benefício normalmente, mas até agora não recebemos nada”, diz a auxiliar de produção Adriana Silva.
De acordo com os advogados da empresa, a unidade fechou as portas por dificuldades financeiras e pela crise no mercado de aves. O Ministério do Trabalho disse que a indústria de alimentos tem dez dias, a partir do aviso prévio, para acertar as contas e indenizações com os funcionários.
A crise também atingiu a sede da empresa em Descalvado, região de São Carlos (SP). Um aviso na portaria pedia para que os 600 funcionários assinassem a rescisão dos contratos enquanto tudo estava parado dentro da empresa.
Durante o dia, caminhões chegaram na empresa para retirar 48 toneladas de frango congelado depois que os criadores das aves entraram na Justiça para recuperar os produtos que não tinham sido pagos. “Faz seis meses que eles estão sem receber sobre os serviços prestados para a empresa. Ao todo são mais de R$ 187 mil”, afirma o advogado dos criadores, Pablo Henrique Eichemberger.
Com 1,6 mil funcionários e uma produção de 100 mil toneladas de frango por ano, o abatedouro já foi uma das maiores da empresa do ramo de São Paulo. Por telefone, os advogados da empresa confirmaram que devem pagar os funcionários demitidos até dia 30 de maio, no final do prazo estipulado pelo Ministério do Trabalho.