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Biocombustível

Maior demanda da Ásia poderia elevar comércio do biocombustível no mundo

Alguma transformação posicionando o etanol na China é esperada para o médio e o longo prazos.

Maior demanda da Ásia poderia elevar comércio do biocombustível no mundo

Diante do menor apetite para etanol nos dois grandes blocos consumidores, os Estados Unidos e a União Europeia, alguma esperança se volta à Ásia. Especialistas acreditam que a adoção do etanol na China, por exemplo, seria altamente recomendável na mistura com a gasolina, sobretudo diante das elevadas taxas de poluição do país. O índice de motorização na China está crescendo e o país precisa importar petróleo. Alguma transformação posicionando o etanol é esperada nesse mercado para o médio e o longo prazos, afirma o diretor da Bioagência, Tarcilo Rodrigues.

Depois dos Estados Unidos, a Coreia do Sul se posicionou no último ano como o principal importador de etanol do Brasil. Dos 2,9 bilhões de litros embarcados em 2013 pelo país, 359,8 milhões de litros foram para a Coreia do Sul. Os Estados Unidos importaram 1,656 bilhão de litros no ano passado.

No acumulado de 2014 até abril, o país asiático já importou 147 milhões de litros, de um total de 474 milhões de litros embarcados pelo Brasil. O mercado americano comprou 252,8 milhões de litros do Brasil no mesmo período.

Mas ainda é um mercado pequeno. A demanda da Coreia do Sul, por exemplo, é de etanol para uso industrial. A possibilidade de uma grande expansão para o mercado de etanol combustível ainda é vista com pouca euforia pelas usinas brasileiras.

Mas Rodrigues observa que ainda que viesse uma grande demanda, como a chinesa, o Brasil demoraria para reagir com mais oferta. “O problema aqui é financeiro. O setor precisa voltar a ser competitivo, equacionar essas dívidas que absorvem todo o resultado operacional para voltar a expandir capacidade e ter condição de atender a novas demandas”.

Os mercados internos deram suporte nos últimos anos às usinas produtoras de etanol, tanto no Brasil quanto nos EUA. A produção mundial dobrou, de 55 bilhões, em 2006, para 104 bilhões de litros, segundo a FO Licht. O consumo interno dos países também duplicou, de 53 bilhões para 103 bilhões de litros.