O milho vem registrando queda no preço. Em Mato Grosso do Sul, a colheita da safrinha terminou e tem muita gente com dificuldade para vender o grão. Os armazéns das cooperativas estão lotados.
O agricultor José Rohr avança com a colhedeira sobre os últimos hectares de milho. A fazenda fica no município de São Gabriel do Oeste e a produtividade média da lavoura é considerada boa, chegou a 118 sacas por hectare, já o preço não cobre nem os custos de produção.
Assim como José, a maioria dos agricultores de Mato Grosso do Sul decidiu segurar a produção à espera de preços melhores. Em uma cooperativa que atende 40 produtores da região, não há mais espaço nos silos graneleiros. Agora, o milho é armazenado em silos bags, e há dezenas deles espalhados pelo pátio da unidade. Segundo a gerência, a superlotação é reflexo da baixa comercialização do produto.
Jardel Ribeiro é responsável pela cooperativa. Ele explica que a lentidão nos negócios obriga a empresa a gastar mais com armazenagem.
A cooperativa tem 60 mil toneladas de milho nos estoques e apenas 20% desse total foi comercializado.
Como havia uma expectativa de redução nos preços do milho, já na época do plantio, os agricultores optaram por sementes mais baratas e com menor potencial produtivo. Mesmo assim, o clima foi bom para cultura e a produtividade superou a da safra passada em 1%.
O agricultor Sebastião Cruciol é um dos poucos produtores de São Gabriel do Oeste que conseguiu negociar o milho em contratos futuros. Ele vendeu 60% da produção por um preço médio de R$ 18 a saca. A outra parte deve ficar armazenada, pelo menos, até o começo do ano que vem. “Eu faço sempre 60% da minha produção porque já sei que é um bom negócio”, diz.