A combinação de custos mais baixos com preços firmes para o frango no mercado de São Paulo forma um cenário favorável para o produtor até o final do ano. As cotações do frango têm sido impulsionadas pelos preços recordes das carnes bovina e suína. E este quadro aliado a um equilíbrio entre oferta e demanda no mercado interno tem dado sustentação aos preços, destaca o presidente da Associação Paulista de Avicultura (APA), Érico Pozzer.
“As cotações mais elevadas das outras carnes têm estimulado uma migração para a carne de frango, que está com a oferta bem equilibrada, levando a um aumento dos preços. Acredito que ainda neste ano teremos cotações ainda mais elevadas”, prevê o especialista.
O frango vivo no Estado tem sido comercializado a R$ 2,50 ao produtor nos dias atuais e o frango abatido pode chegar até R$ 3,60 no atacado paulista. A expectativa é que estes valores cheguem a R$ 4 para o frango inteiro no atacado paulista, R$ 5 para a coxa e R$ 8 para o filet ainda neste mês de setembro.
Outra boa notícia para as integradoras do Estado é a perspectiva de cotações mais baixas para o milho e para a soja, principais insumos de produção, neste mês, quando chega ao mercado internacional a supersafra americana e safra abundante no Brasil.
Mercado Internacional
Parte das expectativas otimistas vem do mercado externo, com notícias da abertura do mercado russo para as carnes brasileiras. “Entramos neste segundo semestre com tendência baixista nos volumes de exportação e vimos estas projeções se alterando com a notícia das exportações para a Rússia”, explica Pozzer.
Para ele, as vendas de carnes brasileiras para o mercado russo podem impulsionar as cotações de duas maneiras. Primeiramente com os embarques de frango para aquele país. E depois com as exportações das carnes bovinas e suínas, que devem levar a aumento de preços no mercado interno influenciando o mercado de frango. “As empresas brasileiras devem aproveitar a oportunidade que se abre com a Rússia, mas não acredito que seja o caso de aumentar a produção por causa desta demanda”.
Avicultura paulista em 2014
Apesar de um primeiro semestre de recuperação na atividade avícola, apos o setor ter passado por um quadro de preços estáveis com custos de produção elevados, em função da manutenção dos preços do milho e da soja, as projeções da entidade são positivas até o final do ano.
“Esperamos que, com esta inversão das perspectivas para a avicultura, ocasionadas pelo equilíbrio do mercado, as empresas paulistas cheguem ao final do ano com margens positivas, apesar da pressão que a atividade enfrenta a partir de novas exigências”, avalia Pozzer se referindo a NR 36, do Ministério do Trabalho.
De acordo com ele, esta medida, que está em vigor desde o final do ano passado, obriga abatedouros implementarem pausas que resultam em uma hora a menos de trabalho por dia, além de investimentos em equipamentos e adaptações para ergonomia. “Estas ações representam uma disponibilidade de mão-de-obra 10% menor, o que significa que a integradora deve optar por reduzir seus abates em 10% ou pagar hora extra”.