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Insumos - Mercado Externo

Estados Unidos devem plantar mais soja do que milho

Pelo menos 150 produtores de soja, de milho, de algodão, e outras culturas, participaram, em São Paulo, do Forum Mega Agro.

Estados Unidos devem plantar mais soja do que milho

Pelo menos 150 produtores de soja, de milho, de algodão, e outras culturas, participaram, em São Paulo, do Forum Mega Agro. Os fazendeiros, seus dirigentes e indústrias debateram o futuro do agronegócio a as perspectivas do campo brasileiro para a safra 2014/2015. Não é possível concluir nada ainda sobre preço, volume e mercado futuro da soja, – cuja semeadura está próxima da conclusão – e do milho.

Parecer cristalino, no entanto, que as cotações da soja deverão ficar abaixo da safra passada, e que a China deverá dimimuir o ritmo acelerado das importações, porém, nada tão dramático. Foi comentado também que os produtores estão capitalizados por conta das safras anteriores e poderão enfrentar as turbulências.

O Forum foi apresentado pelo jornalista Bruno Blecher, diretor de Redação da revista Globo Rural, que teceu comentários sobre o que considera a verdadeira transformação no agro, uma nova onda verde mais importante até do que a da década de 60 comandada pelo agronomo americano Norman Borlaug. Ele acredita que dois novos tipos de demanda estão se configurando: A sofisticada, que representa uma procura maior por comida orgânica, não transgênica, e a demanda volumosa – carne e soja, por exemplo – na qual prevalecerá a quantidade produzida para atender mercados como o da Ásia e o interno.

Houve apresentação de experiências de sucesso nas fazendas, como a da gigante SLC, que plantou 364 mil hectares de soja, ou a da Dahna Agronecócio, que confina 75 mil cabeças de boi. O pecuarista Caio Penido fez também um rico relato do trabalho em sua fazenda, a Roncador.

Bastante concorrida foi a apresentação de Pedro Dejneka, da AGR Brasil, que me deu uma informação importante: Ele disse que os EUA deverão plantar mais soja do que milho na próxima safra. A expectativa é de plantio de 35,3 milhões de hactares de soja contra 35,3 milhões de milho. Interessante, pois historicamente os EUA cultivam mais a oleaginosa. Preço e clima e estoque em queda da soja poderão mudar o cenário nos campos norte-americanos, segundo Dejneka, que é também colunista de Globo Rural.

Bastante aplaudido pelos produtores presentes, Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura, comandou o debate A Agricultura do Futuro. Ele apresentou números da FAO que mostram que para atender a população global de forma satisfatória, a oferta mundial de alimentos obrigratoriamente deve crescer 20% até 2020. O Brasil precisa incrementar em 40%, pois os outros países crescerão muito menos. EUA, por exemplo, deve crescer 15%.

Ficou explicito nos debates que o agronegócio brasileiro reúne plenas condições de atender a demanda, porém, há muitas pedras no caminho, como logística precária, insegurança jurídica, barreiras para importação de defensivos, etc.

Roberto Rodrigues deixa claro que não vê outro país capaz de suprir o mundo de alimentos a não ser o Brasil. “Mas é preciso superar os entraves”, diz.