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Logística

Preço do frete sobe e preocupa agricultores do Mato Grosso e Paraná

Aumento nos combustíveis tem impacto direto no bolso do agricultor. No Paraná, a maior parte da produção é transportada nas estradas.

Preço do frete sobe e preocupa agricultores do Mato Grosso e Paraná

O Brasil deve produzir, nesta safra de verão, 35 milhões de toneladas de milho e quase 84 milhões de soja. Mas na hora da colheita, o custo do transporte está pesando no bolso dos agricultores nos principais estados produtores do país: Paraná e Mato Grosso. Um dos fatores que aumenta o custo é o aumento do combustível.

Na maior parte das lavouras de Mato Grosso, a soja ainda está se desenvolvendo. A colheita começou em pouco mais de 10% da área total do estado. O gerente comercial de fazenda, Jorge Soares diz que as contas estão apertadas este ano e que o recente aumento no preço do óleo diesel já está sendo sentido.

“Nas contas preliminares, acho que vamos gastar acima de R$ 50 por hectare. Estamos agora em fase de colheita e operações e naturalmente plantando também a safrinha. Isso vai impactar realmente nos nossos custos”.

O aumento nos combustíveis tem impacto direto no bolso do agricultor. Ele gasta na hora de abastecer as máquinas para colheita e no momento da venda, no preço do frete. Na bomba o litro do óleo diesel comum subiu 6%. Chega a custar R$ 2,47 na região de Rondonópolis, no sul do estado.

No pico da safra, entre fevereiro e março, circulam pelas estradas de Mato Grosso cerca de 12 mil veículos para o transporte de soja e milho. O diretor-executivo da Associação das Transportadoras do Sul do estado, Miguel Mendes, justifica o aumento no preço do frete. “O óleo diesel representa em torno de 50% dos custos do frete. Isso equivale a dizer de cada R$ 1 mil que uma transportadora recebe pelo frete, R$ 500 fica para o pagamento do consumo de óleo diesel”.

No Paraná, a situação também preocupa já que maior parte da produção é transportada nas estradas. De acordo com a Organização das Cooperativas do Estado, 65% da safra de soja vai em caminhões e o restante seguem embarcado em trens. Hoje o frete cobrado para levar a soja de Maringá, norte do estado, até o Porto de Paranaguá, sai por R$ 80 a tonelada. Cerca de 60% a mais do que no mesmo período do ano passado.

Segundo o diretor de empresa de frete, Cláudio Adamucho, vários fatores explicam o aumento. “O principal dele, a lei que entrou em vigor no controle de jornada de motoristas, a lei 12.619, mais o aumento do óleo diesel e também uma super safra chegando. Esses três fatores, em conjunto, tornaram o mercado demandado e consequentemente uma alta brusca”.

A lei a que se refere à transportadora foi sancionada no ano passado. Entre outras coisas, ela limita a jornada de trabalho dos caminhoneiros e estabelece prazos para eles interromperem a viagem e se alimentarem.