Fonte CEPEA

Carregando cotações...

Ver cotações

Bioenergia

Ação federal deve dar impulso à bioenergia

Carente de boas notícias há algum tempo, o setor sucroenergético brasileiro ganhou novo estímulo com o anúncio de que o governo federal pretende, a partir de maio, elevar de 20% para 25% a mistura de etanol na gasolina.

Ação federal deve dar impulso à bioenergia

A medida tem tudo para melhorar as condições do setor e beneficiar toda a cadeia produtiva, hoje formada por 450 usinas de açúcar e álcool, 80 mil fornecedores de cana, quatro mil indústrias de máquinas, equipamentos e logística, com 2,5 mil trabalhadores, segundo dados da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP).

Na avaliação do presidente do Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis (Ceise Br), Antônio Eduardo Tonielo Filho (Foto), o etanol é a solução para o Brasil.

“Há muito tempo alertamos o poder público da necessidade de unir forças, no sentido de ampliar as políticas de incentivo. Com a medida anunciada pelo ministro Edson Lobão, a tendência é melhorar o cenário para um setor que há dois anos vem amargando prejuízos”, afirma.

O Brasil lidera a produção e a exportação de açúcar, além de ser o segundo maior produtor mundial de etanol. De acordo com o terceiro levantamento de cana-de-açúcar da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado em dezembro, a safra deve alcançar 23,62 bilhões de litros. Deste total, 9,66 bilhões de litros serão de etanol anidro, e 13,96 bilhões de litros serão de etanol hidratado.

Petrobrás tem prejuízo – Miguel Rossetto, presidente da Petrobras Biocombustível (PBio), não estava presente entre os diretores da estatal, ontem pela manhã, na divulgação dos resultados financeiros do quarto trimestre de 2012 e de todo o ano passado.

A atual presidente, Graça Foster, também não deu muita atenção, em sua apresentação, ao prejuízo crescente da subsidiária que cuida dos negócios de etanol e biodiesel. O destaque da coletiva com a imprensa foi o resultado geral da companhia, que apresentou queda de 36% do rendimento de 2011 para 2012.

Para a PBio o ano terminou com uma perda recorde: R$ 218 milhões, 39% a mais do que o registrado em 2011.

O de 2012 foi o quarto ano seguido em que as contas da PBio fecharam o ano no vermelho. Para agravar ainda mais a situação, os maus resultados da subsidiária da Petrobras têm sido crescentes. Desde 2009, as perdas mais que dobraram.

A origem deste prejuízo está mais relacionada com etanol do que com biodiesel. A estatal informa que o impacto maior no saldo negativo de R$ 218 milhões foi causado pelas perdas em “investidas do setor de etanol, além do aumento das despesas com pesquisa e desenvolvimento”.

De acordo com o balanço anual estas despesas com pesquisa e desenvolvimento foram de R$ 67 milhões.

As vendas dos produtos, que incluem etanol e biodiesel, somaram R$ 50 milhões de prejuízo: foram gastos R$ 945 milhões em sua fabricação, mas o montante obtido com sua venda gerou apenas R$ 895 milhões.

Este resultado indica que até Petrobras Bicombustível sentiu o impacto da falta de reajuste no preço da gasolina no período.

Lado bom – Há pelo menos um ponto positivo. Comparando os resultados do quarto e do terceiro trimestre do ano, houve uma melhora considerável no faturamento da empresa. No último trimestre do ano passado, o prejuízo foi de R$ 17 milhões – bem menos que os R$ 44 milhões perdidos no 3º trimestre de 2012 ou os R$ 40 milhões negativos do 4º trimestre de 2011.

As vendas da subsidiária também deram um salto: em 2011, a PBio faturou R$ 535 milhões, e no ano passado as vendas alcançaram R$ 895 milhões.

Abastecimento – Se a defasagem do preço da gasolina no ano passado prejudicou a área de biocombustíveis em algumas dezenas de milhões, o segmento de abastecimento sentiu com muito mais força o problema. A área teve um prejuízo astronômico: R$ 22,9 bilhões.