O próximo leilão de usinas eólicas, marcado para agosto, incluirá apenas projetos que tenham garantia de conexão no sistema elétrico.
A restrição é uma medida para evitar que atrasos na construção de linhas de transmissão impeçam a conexão de parques eólicos ao sistema, afirmou o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim. A medida “vai aumentar a segurança dos novos projetos, pois só vai ser contratado aquilo que tiver conexão garantida”, disse Tolmasquim.
O próximo leilão para eólicas será segmentado em duas fases: na primeira os projetos vão disputar o direito de se conectar a uma subestação de energia com capacidade disponível, a segunda será o leilão tradicional, onde contará o menor preço na oferta.
Com a mudança, os novos projetos terão que se limitar à infraestrutura de rede de transmissão já existente. Para verificar a disponibilidade de conexões às subestações, a EPE fará, conjuntamente com o Operador Nacional do Sistema (ONS), uma análise da capacidade de escoamento dentro do sistema. A consulta prévia de acesso será indispensável aos projetos na disputa.
“Cada empreendedor será responsável por localizar a subestação a que deseja se conectar e pedir ao ONS a conexão”, afirmou Tolmasquim.
A EPE está verificando a necessidade de expansão das linhas de transmissão para permitir a participação de mais concorrentes em leilões futuros.
Segundo o diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, hoje há 700 megawatts de capacidade em projetos já concluídos sem conexão com o sistema. Até o fim do ano, esse volume pode chegar a quase 1 mil megawatts, potência equivalente à da hidrelétrica de Estreito (MA-TO).
Dois leilões para projetos eólicos devem ocorrer este ano. Além do leilão de reserva – exclusivo para eólicas – marcado para 23 de agosto, é esperado também um leilão A-3, para projetos com implementação prevista para daqui a três anos, ainda sem data definida. Nesse, porém, as eólicas disputarão com outras fontes, como pequenas hidrelétricas (PCHs) e termelétricas a biomassa.