A agricultura urbana já é uma realidade na maioria dos países Asiáticos e, tem proposperado rapidamente nas grandes cidades do Ocidente. Segundo dados do RDA, cerca de 800 milhóes de residências urbanas produzem legumes, frutas ou flores, nos quintais, telhados ou mesmo vasos na varanda em todo o planeta.
No continente Asiático, a visão é de que este modelo de agricultura é a tendência nas grandes cidades para o século 21, onde as pessoas começando a procurar novos valores para seu estilo de vida, enfatizando as questões relacionadas a saúde, lazer e meio ambiente e, em muitos casos, a construção de comunidades mais sustentáveis.
Este modelo urbano de produção assume diferentes nomes e formas, dependo da localização. Em New York os jardins suspensos são as grandes tendências e atingem hoje ao redor de 600 edificios. Em Montreal, Canadá, existem cerca de 9.000 “hortas urbanas”, enquanto no Reino Unido atingem a soma 300 mil.
Na Alemanha, o movimento conhecido como “little garden”, plantou a semente da agricultura urbana e hoje existem cerca de 1 milhão espalhado pelo país, criando novas oportunidades de negócio para as industrias agrícolas convencionais. Nos EUA, ferramentas agrícolas, com design elegante, foram criadas para reinventar a agricultura como forma de lazer, consequentemente, criou um novo tipo de mercado, com demandas específicas para os insumos agrícolas, principalmente em relação a sementes/mudas, adubos orgânicos e produtos naturais para o controle de pragas e doenças.
Países com restrição de ampliação da capacidade de produção de alimentos para atender o crescimento populacional, decorrente da redução da área agriculturável pela competição com o meio urbano, apostam neste novo modelo como instrumento para garantir a segurança alimentar, bem como ampliar a sustentabilidade do processo agrícola.
O desenvolvimento de um modelo sustentável de produção, que possa suprir as necessidades de área para produção de alimentos, surge através de um conceito futurista de converter arranha-céus em “unidades produtivas” verticalizadas, que podem contribuir para reduzir o aquecimento global, melhorar o ambiente urbano e, ao mesmo tempo produzir alimentos.
A utilização de design circular permite a máxima utilização da luz solar para manter a iluminação do ambiente, enquanto que painéis solares rotativos podem fornecer energia para o aquecimento/resfriamento do ambiente e para manter o sistema elétrico-dependende em funcionamento.
A utilização de painéis de vidro na estrutura externa do prédio facilita a entrada de luz e pode funcionar como sistema coletor da água da chuva. O envernizamento dos vidros, externamente, com óxido de lítio permite a captura de agentes poluentes, contribuindo para redução do impacto ambiental. Além disso, o sistema possibilita a coleta e, posterior armazenamento da água da chuva que desliza pela estrutura, que será utilizada para consumo humano e (ou) irrigação. A filtração e esterilização das águas do sistema de esgoto, possibilita a utilização dos resíduos liquidos para a irrigação do sistema produtivo, enquanto os resíduos sólidos, somados aos demais resíduos orgânicos gerados no sistema, podem ser utilizados no processo de biodigestão para a produção de biocombustíveis.
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Gilberto Silber Schmidt
Coordenador do Labex Korea – Suwon, Republic of Korea
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