A criação da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater), anunciada pela presidenta Dilma Rousseff, vai provocar um novo salto de qualidade no campo, com a geração de mais renda e mais produtividade para o trabalhador rural. A declaração foi feita pelo ministro do Desenvolvimento Agrário (MDA), Pepe Vargas, após anunciar, em um breve discurso durante seminário de capacitação de articuladores territoriais, em Brasília, duas características especiais da nova agência.
Segundo Pepe Vargas, apesar de o público-alvo da Anater ser os agricultores familiares, um número pequeno – talvez menos de 10%, mas também importante – de médios produtores será igualmente atendido pela nova agência. “Se o Estado brasileiro não se preocupar com essa pequena parcela de produtores, cuja renda, às vezes, é inferior à de agricultores familiares mais dinâmicos, certamente vai haver concentração fundiária”, explicou.
A outra característica extremamente positiva da Anater, de acordo com o ministro, é que a instituição fará uma profunda integração com a Embrapa [Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária] para que todas as tecnologias e pesquisas desenvolvidas pela empresa possam também chegar ao médio e pequeno produtor.
As duas funções da Anater detalhadas pelo ministro foram elogiadas pelos agricultores. Um deles, o presidente da Coopel – Cooperativa de Agricultores e Pecuaristas da Regional do Baixo Acre, Ezequiel Rodrigues de Oliveira, considera que a nova agência será um marco na história da agricultura brasileira.
“Já poderia ter sido criada há mais tempo, mas a gente entende que a Anater chega em boa hora, ainda. Ela vai ajudar no desenvolvimento dos médios e pequenos produtores inclusive com as novas tecnologias da Embrapa”, afirmou, satisfeito.
O ministro Pepe Vargas também concorda que a Anater significa uma nova etapa na história da Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) do País. “Nunca é demais lembrar que a Ater foi extinta nos anos 1990, no auge das políticas neoliberais, e somente foi retomada no governo do então presidente Lula. “Agora, estamos dando um enorme salto de qualidade nessa política que trará grandes avanços para o campo”, frisou.