Os armazéns do Paraná guardam ainda um grande volume da safra de grãos colhida este ano no estado.
Quando o assunto é soja ainda há muito produto estocado. Segundo a Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento, 19% do que foi colhido ainda não foi comercializado enquanto o ano passado, nesta mesma época, praticamente não havia mais soja nos armazéns.
A valorização no mercado internacional somada à alta do dolar criaram um cenário de boas expectativas para o produtor brasileiro, explica o analista de mercado Camilo Motter. Desde 2009, a moeda americana não chegava a uma cotação tão alta.
“Nós tivemos uma dupla alta, uma alta externa de 8% a 10% no mercado internacional de grãos, principalmente da soja, e uma alta nos últimos 60 dias do câmbio na ordem de 15%, portanto ambos concorrem para formação do preço interno”.
Mesmo assim, a comercialização da soja estocada ainda é pequena. De acordo com o presidente da Copacol, Cooperativa de Cafelândia, no oeste do Paraná, Valter Pittol, o produtor está esperando preços ainda melhores para vender.
Com o milho, a situação é parecida. Das 17 milhões de toneladas produzidas no estado, 10 ainda estão estocadas à espera de preços melhores. O preço do milho também cresceu com a alta do dólar, mas de uma forma um pouco mais tímida que a soja.
“O milho já começou a subir no mercado internacional, mas como aqui dentro havia muito produto, os preços ficaram mais achatados. Aos poucos, ele começa a se liberar. Já se começa a ver sinais, sobretudo as indicações de compra nos portos um pouco melhores por causa do câmbio e dessa alta internacional”, explica Motter.
No mercado internacional, as cotações do milho e da soja subiram na seguna-feira (19). Na Bolsa de Chicago, o milho teve alta de 4,8% e a soja 3,5%.