A invasão de ativistas no Instituto Royal, em São Roque e numa aula de medicina da PUC-Campinas, ambas no interior do Estado de São Paulo, reacendeu a discussão sobre o uso de animais em pesquisas científicas. Tais manisfestações têm preocupado a classe de cientistas. Marcelo Morales, coordenador do Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea), do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, já afirmou em entrevista ao jornal Correio Braziliense que vê com ressalvas o panorama atual dos protestos. “É muito preocupante esse movimento obscurantista que vem ocorrendo no Brasil, cuja origem nós não sabemos, mas que mostra uma irracionalidade, um atraso muito grande”, afirmou o pesquisador, que também integra a diretoria da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). De acordo com ele, é o desenvolvimento de remédios e tratamentos para doenças que está ameaçado diante do “radicalismo” dos que se intitulam defensores dos animais. “Ativistas falam o que leem na internet, não têm base científica. É lorota a afirmação de que podemos usar métodos alternativos para a maior parte dos procedimentos. Eles são pouquíssimos atualmente. Já utilizamos, nas faculdades de medicina, meios de diminuir a quantidade de animais, como filmar as aulas. Mas nem sempre é possível. Em um momento, os alunos precisam do animal”, afirma Morales.
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) também divulgou seu parecer sobre o tema. Para a entidade, utilização de animais em pesquisa científica é um procedimento que visa desenvolver a qualidade de vida animal e do ser humano. “As Unidades da Embrapa que atuam com pesquisa em animais desenvolvem ações que visam a sustentabilidade da pecuária, primando para a qualidade do sistema de produção e zelando pelo bem estar animal e dos rebanhos”, divulgou a entidade em comunicado. A Embrapa ainda reafirmou seu compromisso de atuação idônea, responsável e ética perante a vida animal, primando sempre e sobretudo pela qualidade de vida destes que contribuem para o bem da humanidade e pontuou que respeita e segue rigorosamente os pressupostos e critérios da Lei Federal N° 11.794 de 8 de outubro de 2008 e do Decreto N° 6.899/2009 que estabelecem a base regulamentar para uso de animais em atividades de ensino e pesquisa no território brasileiro.
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